Cidade de Nampula
Polícias que vigiam prisão domiciliária do presidente da Renamo apontam para a violação dos seus direitos humanos
Não é a primeira vez que os agentes PRM destacados para garantir a prisão domiciliária do presidente da Renamo, em Nampula, vêm a público, através da imprensa, protestar contra as suas condições de trabalho. Desta vez, parte dos agentes contactou a nossa reportagem para dizer que os seus direitos humanos estão a ser violados, ao serem obrigados, pelos seus superiores hierárquicos, a trabalharem acima do tempo máximo de trabalho e sob condições impróprias de trabalho.
Os agentes da Polícia da República de Moçambique que vigiam a residência oficial do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, dizem-se marginalizados por parte dos seus superiores hierárquicos, por estarem a violar os seus direitos básicos.
Segundo um agente contactado pelo Canalmoz, “nós não sabemos o que certamente estamos aqui a fazer. Há mais de um mês que os chefes não dizem nada e não nos deixam fazer nada”.
As nossas fontes disseram que “estamos com saudades das nossas famílias e, quando solicitamos aos nossos chefes para visitá-las, simplesmente impedem-nos, e aqui passamos mal, pois temos que cozinhar, e para tomar banho é um exercício enorme”.
As fontes que estamos a citar apontaram que “mesmo para irmos à igreja, não nos deixam”.
O que mais inquieta os polícias que mantém Dhlakama sitiado, é o facto de ninguém lhes prestar a devida atenção.
Os agentes consideram-se presos ou mesmo reféns de interesses políticos cujo propósito desconhecem.
Um deles disse à reportagem do Canalmoz e do Canal de Moçambique – Semanário que “para passarmos o tempo escutamos estações radiofónicas ou mesmo entretemo-nos a ler revistas e jornais das igrejas aqui existentes”. (Aunício da Silva)
CANALMOZ – 23.03.2010