O Governo moçambicano rejeitou os exemplares dos novos passaportes biométricos produzido pela SEMLEX por conter “erros ortográficos e não dispor de espaço suficiente para a colocação de nomes longos”, revelou o director nacional adjunto da Migração, Leonardo Boby.
Segundo Leonardo Boby, em declarações ao jornal Notícias, o diário de maior circulação no país, a produção dos novos passaportes biométricos devia começar hoje, mas foi adiada devido às falhas detectadas no documento.
Este episódio poderá aumentar as dúvidas quanto à idoneidade da SEMLEX, uma empresa com sede em Bruxelas e dirigida por um belga de origem síria, que, segundo a imprensa, foi contratada pelo Governo moçambicano sem concurso público e já foi expulsa da Guiné-Bissau e do Chade por incumprimentos contratuais.
“O trabalho de fundo de produção do desenho daquilo que será o passaporte já está feito. Agora não concordámos com muitas gralhas que ele apresenta, daí que demos mais um tempo para que a empresa introduza as devidas correcções”, sublinhou o director nacional adjunto da Migração.
As falhas apontadas aos novos passaportes incluem ainda a sobreposição do nome à fotografia e a fraca visibilidade dos elementos estéticos do documento, no caso amostras da fauna moçambicana, que o Governo pretende ver inseridos nos novos documentos.
Nesse sentido, a produção dos novos passaportes poderá iniciar-se antes do final deste mês e não hoje, acrescentou Leonardo Boby.
O novo documento vai custar três mil meticais (cerca de 70 euros) e a emissão vai durar no máximo 15 dias, disse ainda o director nacional adjunto da Migração.
Enquanto a produção dos novos passaportes não começa, vai continuar a emissão de certificados de emergência para viagens ao estrangeiro e a utilização dos modelos actuais que ainda não expiraram o prazo, segundo os serviços de migração.
A Lusa tentou ouvir em Maputo o director nacional adjunto da Migração mas não foi possível por este se encontrar em Portugal numa visita de trabalho aos Serviços de Estrangeiros e Migração portugueses (SEF).
NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 22.03.2010