Na província de Nampula
O fenómeno de criança vivendo na rua dos centros urbanos, sobretudo na capital
provincial de Nampula, está a ganhar novos contornos nos últimos tempos e o
governo local diz que está atento e, para a inverter a situação, defende a adopção
de novas estratégias de assistência àquela camada social que deve passar pelo envolvimento da sociedade e de outros sectores públicos e privados.
Felismino Tocoli, governador de Nampula, disse ser urgente a tomada de medidas acertadas visando responder à necessidade de enquadramento das crianças vivendo na rua nos principais centros urbanos da província, com particular enfoque na sua cidade capital.
O governante destacou que há cada vez mais crianças envolvidas em casos de furtos, sobretudo de acessórios e de bens valiosos no interior de viaturas estacionadas nos centros comerciais e locais de lazer e restauração, entre outros, onde, habitualmente, se regista a concentração, o que está por detrás da preocupação da sociedade e das autoridades governamentais.
Cabe ao sector da Mulher e Acção Social nesta parcela do país, que, ontem, recebeu a visita do governador Felismino Tocoli e membros do seu executivo para, no âmbito da avaliação do grau de execução das actividades desenvolvidas ao longo do primeiro trimestre do ano em curso, encontrar junto das comunidades em geral uma nova forma de assistir as crianças da rua para que não estimulem os outros petizes a enveredar pelo seu modo de vida, o que pode trazer efeitos nefastos à sociedade, segundo aquele governante.
Reconheceu a falha da estratégia implementada nos últimos anos visando a prestação de assistência à criança desprotegida, que consistia na sua recolha e acomodação num centro aberto, devido ao incumprimento por parte de alguns parceiros da promessa de canalização de apoios multiformes e das dificuldades do governo em mobilizar fundos para a satisfação das necessidades diárias para o normal funcionamento do local.
Muitas das crianças na rua, nos centros urbanos de Nampula, enveredaram por aquela forma de vida aparentemente para escapar à violência que reina no seio das respectivas famílias. Por outro lado, para encontrar uma forma de ajudar os seus progenitores, entre outras pessoas que garantem a sua guarda, realizando
pequenos trabalhos remuneráveis, segundo estudos levados a cabo em anos anteriores para perceber a origem do fenómeno.
O hábito que a criança ganhou de viver na rua, com todas adversidades que enfrenta no seu quotidiano, não será estancado de um dia para o outro. È preciso que todas as forças vivas da sociedade se unam para aperfeiçoar as experiências adquiridas no combate a este mal. Anotou.
No final da visita à direcção provincial da Mulher e Acção Social e instituições subordinadas, o governador disse ter ficado satisfeito com o desempenho das mesmas, tendo, porém, instado aos gestores do Infantário Provincial no sentido de
estabelecerem parcerias com vista a melhorar a dieta das crianças que ali encontram o amparo.
WAMPHULA FAX – 24.03.2010