Segundo o informe apresentado recentemente ao Governador da província, Maurício Vieira, desde 2008 até aos primeiros meses deste ano que não se registam casamentos. Vieira disse que era preocupante, apelando às autoridades locais no sentido de divulgarem a Lei da Família.
O governante disse que o casamento civil é vantajoso para os cônjuges. “Há muitas complicações quando as pessoas não se casam pelo registo, há que mobilizar as pessoas a fazê-lo, contudo sem ferir aquilo que são os seus usos e costumes. A Lei da Família deve estar ao alcance de todos", recomendou.
Maria Meque Tanzuira, uma das cidadãs ouvidas pela nossa Reportagem a-propósito, disse que nos últimos tempos as pessoas querem ficar livres, “acham que não casando é passaporte para se desembaraçar cedo sem muitas complicações. As pessoas se juntam, não fazem juramento perante a Deus nem para o Estado. Deste modo, quando se separam ninguém incomoda outro, mas isso é muito feio”.
Outro cidadão, Mangueze, disse que “muitos preferem viver na sua maior liberdade, é por isso mesmo que não há casamentos. Nós antigamente quando éramos todos naturais daqui casávamos sem qualquer problema, mas quando começaram a aparecer pessoas de outros pontos a situação começou a mudar, e é isso que vocês estão a ver, Machanga está a mudar”.
Para Maria Manuel, uma outra cidadã contactada pelo “Notícias”, o que está a acontecer em Machanga é que as informações sobre a importância do casamento civil são escassas. Os casamentos que ocorrem aqui são tradicionais, denominados “Muthimba”. Só que depois disso, segundo contou, ninguém mais pensa em ir ao registo, para além de que os processos de casamentos em quase todo o país são rodeados por uma burocracia excessiva. Se o Governo repensar e facilitar, as pessoas vão sim se casar”.