Mafalala é um dos subúrbios da capital moçambicana com sérios problemas de urbanização, saneamento do meio e de segurança, características suficientes para as pessoas nunca pensarem na possibilidade deste bairro ter potencialidades turísticas.
Não obstante, Mafalala é um dos locais históricos de Maputo e do país, por ser um dos primeiros bairros suburbanos a ser habitado por populações consideradas indígenas durante o período colonial.
“O potencial turístico da Mafalala é a cultura. Esse é um aspecto que se pode desenvolver”, disse na última quarta-feira à AIM o director da SNV Moçambique, Quirin Laumans Quirin falava momentos depois de assinar um memorando de entendimento com o chefe da edilidade de Maputo, David Simango, visando formalizar, entre vários aspectos, a prestação de assessoria técnica ao Município na área do Turismo.
Contudo, a fonte disse que para se aproveitar qualquer potencial turístico é importante que as autoridades garantam a componente segurança, como forma de assegurar a circulação de turistas sem que estes corram perigo de cair nas mãos de malfeitores.
Além do bairro da Mafalala, os outros locais de atracção turística identificados pelo estudo são a zona da Marginal, o Mercado do Peixe, a zona Baixa da cidade de Maputo, os bairros da Polana Cimento e o suburbano do Chamanculo, entre outros pontos.
“Assim, pode-se desenvolver um plano para saber se precisamos de melhorar a limpeza, segurança, higiene, ou outros aspectos … ainda há que fazermos outros estudos”, disse a fonte à AIM.
De acordo com Laumans, o plano será elaborado pelo Grupo Consultivo de Turismo da Cidade de Maputo, um órgão recentemente criado no âmbito desta parceria entre o Município e a SNV.
Por seu turno, falando durante a cerimónia da assinatura do memorando em questão, o presidente do Município de Maputo enalteceu a importância do aproveitamento das potencialidades da cidade no desenvolvimento do Turismo.
“Eu acredito que através do Turismo também podemos contribuir para o combate a chamada pobreza urbana”, disse o edil de Maputo, exigindo que o grupo consultivo, que também inclui técnicos do Ministério do Turismo bem como representantes do sector privado e sociedade civil, produza resultados dentro dos dois anos da duração do memorando de entendimento.
O edil de Maputo espera que com este memorando seja possível produzir um directório municipal de Turismo com a missão de promover a análise, divulgação e acompanhamento da evolução da actividade turística na cidade.
Esta iniciativa possui uma componente de participação da população, como mão-de-obra dos centros turísticos, guias turísticos, produtores de fruta e hortícolas para os hotéis e restaurantes da cidade, entre outras formas.
- AIM