TREZE estrangeiros de origem paquistanesa estão desde último fim-de-semana retidos no porto de Inhambane, para onde foi dirigida a embarcação em que se faziam transportar nas águas territoriais moçambicanas sem a devida autorização.
Os paquistaneses que já se encontram fora da prisão, haviam sido detidos na Brigada Operativa, BO, a 8 de Março corrente, próximo da Praia da Barra, na cidade de Inhambane, onde se encontravam ancorados alegadamente por falta de combustível para prosseguirem a sua viagem. Neste grupo, segundo soubemos, juntaram-se mais tarde, dois nigerianos e um membro da PRM todos idos de Maputo, que se deslocaram a Inhambane na tentativa de negociarem a libertação daqueles estrangeiros e o respectivo barco.
De acordo com o porta-voz da Polícia em Inhambane, Vagumar Armindo, as investigações levadas a cabo pela polícia em coordenação com a Administração Marítima e a Direcção Provincial de Pescas, nada ficou apurado quanto à proveniência do navio ora retido e sob vigilância da PRM e das forças da Marinha de Guerra no porto de Inhambane. “Não temos informações do roteiro utilizado até chegarem a Moçambique em particular a Inhambane. O aparelho de sinalização, GPRS, estava desligado, as embaixadas dos países evocados, nomeadamente Irão e Tanzânia, não têm registo de entrada nem de passagem de um barco de pesca. Essa é a razão pela qual, para além de terem sido aplicados multa por pesca ilegal, continua a investigação para se apurar a verdadeira actividade em Moçambique”, explica Vagumar Armindo sem no entanto elucidar com exactidão, qual será o procedimento depois do pagamento da multa já imposta pelas Pescas.
Dados em nosso poder indicam que a embarcação com inscrição PAYAM, registada no porto de Shilate Shabahar, no Irão, tem vinte e oito metros de cumprimento e sete de porão, até à data da sua apreensão pela polícia em coordenação com as autoridades marítimas e das pescas em Inhambane tinha cerca de oito mil litros de combustível nos seus reservatórios. A rede de pesca, com cerca de nove mil metros, encontrado no interior do barco, não tinha vestígios de ter sido utilizado em nenhum momento, daí a grande suspeita da polícia de a embarcação ter sido utilizada para outras actividades que não seja a pesca declarada pelos seus tripulantes.
As nossas fontes explicam igualmente que a hipótese de ter deitado ao mar o produto da actividade, o peixe, por avaria do sistema de frio no navio por falta de combustível e consequente desactivação de todo o sistema, tal como a dado passo, se justificaram os visados, nada ficou provado. Com efeito, para além dos cerca de oito mil litros de combustível de reserva encontrados na embarcação, o sistema de frio funciona convenientemente, como também a rede se encontrava muito bem conservada, não havendo por sinal a prática da actividade pesqueira, desde que os seus tripulantes se fizeram ao mar, muito menos houve um pedido de socorro para reabastecimento do barco.
- Victorino Xavier