O Governo apresentou à Assembleia da República, na terça-feira, o seu plano quinquenal referente ao período 2010-2014, que, basicamente, volta a repetir as promessas feitas pelo plano do anterior mandato. Pondo de lado algumas questões, o plano do Governo é uma cópia do plano anterior, que apenas mudou de capa. A questão de fundo, que é o cumprimento das promessas feitas, não é abordada.
O plano quinquenal apresenta como objectivos genéricos já habituais: a consolidação da unidade nacional, paz e democracia; o combate à pobreza e a promoção da cultura de trabalho; a boa governação e a descentralização; o combate à corrupção e a promoção da cultura de prestação de contas; o reforço da soberania; e o reforço da cooperação internacional.
O plano prevê um crescimento do Produto Interno Bruto na ordem dos 7% a 8%. Este crescimento deverá ser acompanhado pela manutenção da inflação a níveis baixos e estáveis, e pela manutenção de uma taxa de câmbio estável.
Bancadas parlamentares divididas
Reagindo ao plano, o porta-voz de bancada do partido Frelimo, Damião José, diz que o plano é aquilo que o povo pretende ver realizado. “As acções do Governo, neste plano, resultam do manifesto eleitoral do partido, que é a construção de mais escolas, hospitais, pontes e electrificação”, disse.
Por seu turno, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na pessoa do seu secretário-geral, Ismael Mussá, diz que o plano tem boas intenções, mas o deputado manifesta dúvidas em relação à execução do plano.
Já a Renamo diz que o plano é composto por chavões políticos que, na prática, não serão implementados porque, segundo diz, o próprio Governo não refere no plano como serão feitas as acções.
Segundo o porta-voz da bancada da Renamo, Arnaldo Chalaua, o plano nada traz de novo. Pelo contrário, perpetua o sofrimento do povo moçambicano. E acrescentou que a partidarização do Estado vai continuar, e que a Educação continuará um caos. Com este plano que foi apresentado, a corrupção e o conflito de interesses vão continuar, considera a Renamo. (Matias Guente)
CANALMOZ – 31.03.2010