No distrito de Boane
O nível de reembolso situa-se em 8,7% entre 2006 e 2010
O nível de reembolso do Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (FIIL) está aquém do desejável, no distrito de Boane. O reembolso deste fundo não está a responder às expectativas do Governo distrital, que vê a situação como uma ameaça para o desenvolvimento do distrito. De um modo geral, os níveis de reembolso dos financiamentos efectuados, de 2006 até ao dia 1 de Março, situam-se na ordem dos 8,7%.
De acordo com o relatório sobre a situação socio-económica do distrito de Boane, apresentado na quarta-feira da semana passad, pela administradora distrital, Cremilda Almeida, os reembolsos nunca atingiram os 50% dos planos anuais. Desde que este fundo foi entregue ao distrito de Boane, apenas dois beneficiários de 2007 estão acima de 80% do nível de reembolso. Segundo tudo indica, os beneficiários têm demonstrado fraca capacidade de gerir o financiamento.
Conforme disse a administradora, o Governo está a capacitar os beneficiários através de campanhas e palestras para difundir informações de boas práticas de gestão de fundos e de negócios.
Para garantir a melhor eficácia no reembolso dos fundos, o Governo distrital está a levar a cabo a formação de membros dos conselhos consultivos locais, para que assumam um papel activo em todo o processo de planificação, monitoria e avaliação dos projectos.
Falando na apresentação do relatório, na sessão extraordinária do Governo local, a administradora apelou aos beneficiários para restituírem o valor, de modo que este possa beneficiar continuamente outras pessoas.
A administradora considerou que a questão da devolução dos “Sete Milhões” deve ser muito bem avaliada, pois existem beneficiários que ainda não estão em condições de reembolsar os valores.
Preocupado com o fraco reembolso, o Presidente da República, Armando Guebuza, numa visita à província de Maputo, no ano passado, disse que os beneficiário que não devolverem o dinheiro serão penalizados, como forma de desencorajar este tipo de actos, porque o valor serve para ajudar aqueles que não têm dinheiro e que querem aumentar a sua produção.
Os “Sete Milhões” são anualmente entregues aos distritos para apoiar os habitantes na produção de comida e na criação de emprego, contribuindo, deste modo, para o melhoramento das condições de vida da população. (António Frades)
CANALMOZ – 23.03.2010
NOTA:
Na prática, este esquema não passa de um subsídio a fundo perdido...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE