A história da África a Sul do deserto do Sahara (onde a Província se situa), anterior ao período das descobertas pelos portugueses idos da Europa, é pouco conhecida.
Na ausência relativa de documentos escritos os historiadores tiveram que se socorrer de versões orais, descobertas arqueológicas e escavações para os seus estudos e trabalhos.
Embora pareça paradoxal, o continente africano aparece intimamente relacionado com os primórdios do Homem, como o demonstram os vestígios encontrados especialmente na África Austral e Oriental (na Província, na área de Magude e em Manica).
Assim, reconhece-se hoje que a história de África é mais longa do que a de outros continentes, em termos de formação geológica e de evolução do Homem.
Por outro lado, as grandes ruinas do Zimbawé ou Zimbabué (na actual Rodésia) indicam a existência de uma cultura local, com técnicas adiantadas, cuja origem é ainda um problema por resolver.
Também as notícias do «império do Monomotapa» e as referências ao «país de Ofir» e às suas riquezas mineiras, contidas em autores árabes dos séculos x a XIII, que descreveram de maneira imprecisa, é certo, e por vezes fantasiosa a costa do «Zendj» que incluía Sofala, mostram, de certo modo, que o território onde hoje se situa a província de Moçambique tem uma história que remonta a muitos séculos.
Quando, indo da Europa, os navegadores portugueses aportaram a Sofala, foram ali encontrar um entreposto comercial onde os árabes negociavam com outros povos.
Pêro da Covilhã, enviado à índia por D. João II em missão de reconhecimento terrestre, esteve em Sofala em 1489. Seria, portanto, o primeiro português a pisar locais que viriam a fazer parte da Província.
Na sua viagem de descoberta do caminho marítimo para a índia, Vasco da Gama, após rondar o cabo da Boa Esperança e ter aportado à terra da Boa Gente (Inhambane), fez paragem na foz do rio dos Bons Sinais (Quelimane), tendo ancorado na ilha de Moçambique, antes de prosseguir viagem, em 1498.
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