Nnão é a primeira vez que aquela zona é desminada, sendo que o reinício destes trabalhos se deveu à descoberta de um engenho enterrado nas margens daquele curso de água, nas proximidades da ponte.
O processo, que está a ser executado pela organização não-governamental The Hallo Trust, iniciou em Março último e tem como objectivo livrar aquela zona de engenhos explosivos, para permitir que as actividades ali desenvolvidas possam decorrer sem perigo.
Joaquim Bila, do Instituto Nacional de Desminagem (IND), explicou que aquela área nunca foi considerada livre de minas, alegadamente por o processo inicial ter visado apenas os locais que acolheriam infra-estruturas que na altura deveriam ser construídas.
“Inicialmente, fez-se a desminagem daquela zona para serem construídas infra-estruturas como a ponte sobre o rio, a linha de transporte de energia eléctrica entre outras na altura indispensáveis”, disse Bila para quem nunca se considerou a área livre de minas.
Entretanto, segundo Bila, os trabalhos poderão ser condicionados pelas circunstâncias existentes no local, uma vez que se trata de uma zona lamacenta e de areias movediças daí que a tecnologia usada actualmente dificulta a identificação de engenhos explosivos.
Outro problema que pode contribuir para que a desminagem não seja efectiva até ao período referenciado tem a ver com o facto de o curso de água daquele rio transportar minas de uma zona ainda não desminada para uma outra já sem explosivos.
“Isto não significa que a desminagem vai abranger apenas a zona da ponte. Vamos percorrer quase todas as áreas das margens do rio para evitar que os engenhos sejam transportados de uma zona para outra”, afirmou a fonte.
Neste momento, os sapadores estão a trabalhar nas margens do rio, junto à ponte, local onde foi construído o atracadouro das embarcações que efectuam a ligação marítima entre as cidades de Maputo e Matola.
Sobre esse aspecto, o nosso interlocutor garantiu não haver nenhum perigo, uma vez que aquela infra-estrutura foi construída depois de a zona ter sido inspeccionada e se ter constatado que, pelo menos naquela parcela, já não havia minas.
NOTA:
Prova esta de que a RENAMO bem próximo estava de Lourenço Marques/Maputo.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE