“A falta de água em Inhamitanga-Sede é grave. Os únicos dois furos estão avariados incluindo os pequenos sistemas. Neste momento recorremos aos charcos criados pela chuva, mas a água lá existente é imprópria, por isso aconselhamos a população a fervê-la ou usar cloro” - precisou Abílio Jorge, chefe daquele posto administrativo, abordado pelo “Notícias” sobre a problemática.
A fonte acrescentou que, por outro lado, as pessoas que possuem meios financeiros se socorrem dos “chapa” para transportar água da vila de Inhaminga para Inhamitanga, numa distância de aproximadamente 29 quilómetros ao longo da Estrada Nacional Dondo-Caia.
Para a falta de água potável em Inhamitanga, que se tornou num problema crónico, tudo indica que a solução poderá vir a ser minimizada dentro de quatro meses. Entre Julho e Setembro próximos está prevista a abertura de seis furos e a montagem de um tanque cisterna para toda a região daquele posto administrativo.
Conforme o previsto, vai ser igualmente recuperado neste espaço de tempo o pequeno sistema de abastecimento que alimenta Inhamitanga, avaliado em cerca de um milhão de meticais. O estudo realizado à volta dessa infra-estrutura aponta para a necessidade da extensão da conduta adutora num raio de aproximadamente quatro quilómetros.
Com um universo de 7656 habitantes, o posto administrativo de Inhamitanga compreende as localidades de Nângwe e Inhamitanga-Sede. Conta actualmente com seis furos de água operacionais e três avariados, sendo que o nível de cobertura está fixado neste momento em 40 porcento da demanda.
Com um lençol freático localizado abaixo de 130 metros de profundidade, a falta de água potável em Inhamitanga preocupa sobremaneira a população local. O problema foi apresentado pela comunidade de forma insistente durante a recente visita de trabalho do governador Maurício Vieira à região.
Francisco Mutinansa chegou mesmo a revelar num comício orientado pelo timoneiro daquela província que a situação se torna ainda bastante grave na zona de Nhandengua em que os habitantes disputam a água com espécies faunísticas, sendo que o Homem chega mesmo a passar três dias sem sequer tomar banho.
Sobre o assunto, o administrador de Cheringoma, Ricardo Guilande, anunciou aos presentes que o Governo acaba de lançar dois concursos públicos para a adjudicação da empreitada, sendo um furo de água desenhado para a chamada zona do Cruzamento Inhamitanga-Caia e um pequeno sistema para Inhamitanga-Sede.
Trata-se de uma inquietação que foi apresentada de forma generalizada em todos os encontros que o governador de Sofala orientou na região. Em resposta, o governante tranquilizou a comunidade afirmando que o distrito de Cheringoma está contemplado no Plano Económico e Social deste ano com a abertura de 18 furos de água, como forma de diminuir as distâncias na procura deste vital líquido para o consumo humano.
“Sabemos que isso não vai ser suficiente, mas vamos melhorando positivamente. O importante é que haja crescimento anual” – concluiu.
- Horácio João