O “barulho” no seio da agremiação começou na última reunião plenária do CPDM, realizada em meados do ano passado, altura em que os partidos integrantes realizaram uma assembleia geral na qual procederam à revisão dos estatutos.
Em causa estava o método de eleição dos membros da direcção. Até então, os membros dos corpos sociais eram propostos pela direcção-cessante e confirmados em assembleia geral, num princípio de rotatividade que tinha como base os anos de militância.
Tal sistema foi substituído pela eleição directa do elenco directivo através do voto secreto. Porém, as diferenças começaram com a entrada em vigor da nova norma. Uns afirmavam que ela tinha efeitos imediatos e outros defendiam que esta só seria implementada após a rectificação da mesma pelo Ministério da Justiça.
À revelia do segundo grupo, uma das alas realizou no passado dia 10 do mês corrente, uma assembleia geral na qual foi realizado o escrutínio para a eleição do quarto presidente do CPDM. Concorreram José Viana, da UDM, Francisco Campira, do PASOMO, e Neves Serrano, PPPLM. Campira saiu vencedor mercê da desistência dos outros dois concorrentes.
No seu primeiro pronunciamento como presidente do CPDM, Francisco Campira, prometeu desenvolver esforços no sentido de retirar aquele grupo da apatia política.
Uma das grandes tarefas que vamos realizar será a reorganização do CPDM, bem como a análise, debate e apresentação da proposta de alterações da Lei Eleitoral vigente no país. Vamos também influenciar o Parlamento para que aprove com brevidade o Estatuto da Oposição, uma proposta de lei que deu entrada no Parlamento em 2003, para alem de que ficaremos atentos a todas outras propostas e projectos de lei que forem submetidos ao mais alto órgão legislativo nacional, disse.
Entretanto, este acto não foi presenciado por alguns partidos políticos membros do CPDM, com destaque para o presidente-cessante do organismo, Miguel Mabote, que preferiu abandonar a sala momentos antes da cerimónia de posse.
Não pretendo continuar mais na liderança do CPDM. O presidente que for empossado que me procure depois para eu lhe entregar os símbolos do centro. Quero me livrar disto, disse, retirando-se da sala na companhia dos representantes do PARENA, PIMO, entre outros.