Por outro lado, os agentes encarregues de investigar o caso estão a ouvir todos os guardas que trabalham próximo do local da ocorrência. Os peritos querem saber dos guardas o que sabem mais e viram sobre o caso, bem como entender o papel que assumiram depois da ocorrência. Nalgum momento os guardas contaram que pelo menos por dez vezes um indivíduo vinha nas manhãs deixar a moto no mesmo lugar e a recolhia à tarde sem que ninguém desconfiasse de nada.
A Polícia estranha o desassombro demonstrado pelos guardas, visto que em nenhum momento o comportamento estranho do cidadão que conduzia a moto para aquele local chegou a ser denunciado a quem de direito. O indivíduo frequentava a Avenida do Zimbabwe com a mesma moto ou pelo menos semelhante à que a deixava de manhã e a retirava à tarde. Na terça-feira foi deixar a moto às nove horas e cerca das 14.00 horas registou-se a explosão.
Segundo apurámos, os homens da lei e ordem estão a colher os depoimentos dos guardas de modo a entender o que é que terão visto ao longo destes dias quanto à movimentação do homem da moto. Em todo o caso, a Polícia aponta os guardas como tendo sido negligentes e se furtado da sua responsabilidade, porquanto mesmo vendo um estranho a frequentar aquele local não foram suficientemente capazes de o denunciar.
“Não basta dizer que ele aparecia, estacionava a moto, dava umas voltas e passadas algumas horas a recolhia. Queremos mais substância quanto a essas afirmações” – disse fonte envolvida na investigação.
Do mesmo modo, segundo os homens da lei e ordem, os moradores próximos do local onde se deu a explosão da moto supostamente armadilhada estão a ser ouvidos. A intenção da Polícia é tentar encontrar o provável alvo da explosão, para dele saber, efectivamente, quem é que provavelmente estaria interessado em lhe retirar a vida ou com outros propósitos maléficos.
A explosão de terça-feira causou três feridos graves, danificação com alguma gravidade de três viaturas e estilhaçado vidros de alguns edifícios próximos do local da ocorrência. O Comando-Geral da Polícia nega tratar-se de um atentado à bomba. A explosão foi registada numa moto que ficou completamente destruída e ocorreu em frente a uma residência que neste momento está a ser habitada por cidadãos de origem asiática.
Peritos dos Serviços de Investigação Criminal (SICRIM) e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) encontraram estilhaços, aparentemente de um engenho que terá causado a explosão de um telemóvel. Suspeita-se que o telefone tenha sido usado para accionar o explosivo. Mas a Polícia também não confirma e remete a suspeição para uma perícia.