A linha férrea estabelecendo a ligação entre os dois pontos existe circulando apenas o comboio de mercadorias. O de passageiros foi interrompido há vários anos, em prejuízo dos locais, segundo se queixou a população.
A via ferroviária é a mais útil e desejável para que os cerca de 27 mil habitantes da localidade de Entre–Lagos e não só, a utilizem nas suas deslocações à cidade de Cuamba e, por essa via à província de Nampula, transportando a sua produção, com destaque para milho, arroz, mapira, mandioca, tabaco, gergelim e algodão.
A professora Amélia Alfredo, que em nome da população apresentou ao Presidente da República, a mensagem da comunidade, disse que a reintrodução do comboio de passageiros seria um grande alivio para os residentes de Mecanhelas que se debatem com a falta de transporte rodoviário para a vila-sede, cidade de Cuamba e para outros pontos da província do Niassa e do país em geral.
Outro interveniente no comício, de nome Emilio Chapanda, lembrou que em tempos o comboio Entre Lagos/Cuamba facilitou a vida dos cidadãos não só da localidade, como também do distrito, pedindo ao Presidente Armando Guebuza para que oriente a quem de direito no sentido de tomar em conta esta preocupação popular. Actualmente, os residentes de Entre Lagos se fazem transportar em carrinhas de caixa aberta, em precárias condições mecânicas, em troca de valores que variam entre 150 e 200 meticais num troço de 80 a 90 quilómetros.
Os residentes queixaram-se também da falta de água e de electricidade. Da falta de transparência na atribuição dos fundos de investimento de iniciativas locais e pediram a melhoria das vias de acesso. Carlos Nassico pediu a instalação de um banco para o depósito das poupanças da população, afirmando que na sua falta o dinheiro é guardado nas matas, correndo riscos em caso de incêndios.
Armando Guebuza tomou nota das preocupações populares e numa breve intervenção afirmou-se satisfeito por ter notado que a população de Entre-Lagos, em particular e de Mecanhelas em geral, sabe o quer: acabar com a pobreza.
“E vocês sabem o que deve ser feito para se acabar com a pobreza. Trabalho. Muito trabalho. Essas preocupações vão ser tomadas em conta”, disse o Chefe do Estado, acrescentando que tudo o que for possível será resolvido e o que não for agora sê-lo-à noutra ocasião.
Num outro desenvolvimento, Armando Guebuza agradeceu o voto da população de Mecanhelas, nas eleições gerais – legislativas e presidenciais de Outubro último, afirmando que a vitória da Frelimo e do seu candidato vão beneficiar a todos, incluindo os que não votaram neles.
- SALOMÃO MUIAMBO, em Niassa