Na Província moçambicana de Tete, a cultura do tabaco é uma das actividades produtivas de maior rendimento. O jornalista Francisco Júnior visitou uma das maiores plantações integradas num plano regional de produção de tabaco para exportação.
Samson Pedro tem 41 anos de idade.Nasceu e vive na província central moçambicana de Tete, numa região próxima da fronteira com o Malawi chamada Malitene.É casado. Tem seis filhos. Produz tabaco desde 1997.
Tem campos numa área de
Samson Pedro já comprou dois tractores e três camiões e afirma que não quer deixar nunca de produzir tabaco.
E,como Samson Pedro, há muitos outros produtores. Agricultores que abraçaram a actividade, produção de tabaco, e estão lá de pedra e cal e a progredir na vida.É que, ao contrário de outras culturas de rendimento e alimentares, o tabaco tem mercado garantido.
Em Moçambique,a maior parte do tabaco é fomentado e vendido a uma empresa que é subsidiária da Universal Leaf Tobacco Company, dos Estados Unidos da América.
A companhia,Moçambique Leaf Tobacco, está baseada nos arredores da cidade de Tete, centro do país, e é lá onde contruiu uma unidade industrial de processamento de tabaco, a funcionar desde 2005, sendo a única fábrica do género existente em Moçambique.
A Moçambique Leaf Tobacco, que emprega acima de cinco mil pessoas, entre trabalhadores permanentes e sazonais, tem o seu foco no sector familiar, operando, neste momento, com mais de cento e onze mil produtores devidamente registados e cadastrados, desembolsando, por ano, valores altos, que chegam a ultrapassar os cem milhões de dólares americanos.
Investimentos feitos em infra-estruturas agronómicas, bem como na compra do tabaco que, depois de processado, é exportado para diversos mercados, incluindo o norte-americano.
Aliás, o principal cliente da Moçambique Leaf Tobacco é mesmo americano: a Philip Morris International,cujos patrões têm visitado Moçambique. E mesmo o produtor Samson Pedro já recebeu a visita de responsáveis daquela multinacional dos Estados Unidos da América que o consideram um exemplo no que diz respeito às boas práticas agrícolas.
É que, para além de seguir as recomendações feitas pelas autoridades do sector, ele dedica-se também à produção de culturas alimentares, nomeadamente o milho e a batata reno. E faz o reflorestamento, tendo já um viveiro com mais de quinze mil eucaliptos plantados, como confirma à Voz da América João Timóteo, um extensionista da Moçambique Leaf Tobacco.
Primeiro falou João Timóteo e a seguir Estévão Kanhandula, Coordenador Nacional de Agronomia da Moçambique Leaf Tobacco, entrevistado pela Voz da América e a falar da produção de tabaco.
Uma produção que se faz essencialmente em cinco das onze províncias moçambicanas e que, na presente campanha, irá ultrapassar a fasquia das 57 mil toneladas.
VOA – 26.04.2010