Os críticos do monumento, que tem 49 metros de altura e que foi mandado erguer pelo Presidente Wade, questionam a sua utilidade e consideram-no um desperdício de dinheiro público. O monumento custou 27 milhões de dólares.
Para além de protestar contra a estátua, os manifestantes exigiram também a partida de Abdoulaye Wade da chefia do Estado que ele assegura desde a sua eleição, em 2000, e reeleito em 2007. O seu segundo e último mandato termina em 2012.
Numa iniciativa da coligação Benno Siggil Senegal (BSS), que agrupa os principais partidos da oposição radical senegalesa e cujos líderes se destacaram entre os manifestantes, a marcha iniciou quase três horas acima do horário inicialmente programado.
A manifestação ficou quase inviabilizada devido a uma intervenção das forças da ordem que, com base numa interdição decretada pelo presidente do município de Dacar na véspera, detiveram os primeiros manifestantes a sair à rua.
Porém, segundo fontes, a pressão imposta pela determinação dos líderes, militantes e apoiantes da BSS de ir avante obrigou o Presidente Wade a intervir pessoalmente para anular a proibição municipal, deixando assim o caminho livre para a manifestação prosseguir o seu itinerário e com a protecção da Polícia.
Moustapha Niasse e Macky Sall, antigos primeiros-ministros de Wade, estiveram entre os políticos da oposição presentes na marcha ao lado do ex-candidato presidencial Ousmane Tanor Dieng, actual secretário-geral do principal partido da oposição, o Partido Socialista (PS), do primeiro Presidente senegalês Léopold Sédar Senghor, que dirigiu o país de 1960 a 2000.
Dezanove chefes de Estado africanos estiveram sábado presentes em Dacar na cerimónia da inauguração do Monumento da Renascença Africana, uma escultura mais alta do que a Estátua da Liberdade.