O zoneamento agrário, planificado pelo Governo, é liderado pelo Ministério da Agricultura (MINAG), mas inclui outros sectores de actividade, com o intuito de permitir que o processo acomode interesses gerais.
A escolha da Zambézia foi terça-feira justificada por Henrique Banze, porta-voz do Governo, como tendo a ver com a pressão que a província está agora a sofrer movida por investidores que pretendem materializar uma série de projectos naquele ponto do país.
Entre os projectos agora em carteira, o governante destacou os ligados à produção de comida e de exploração turística.
Contudo, Henrique Banze não indicou a data do início do zoneamento agrário, nem o período necessário para a finalização dos trabalhos na província da Zambézia, muito menos a previsão do arranque do mapeamento das terras à escala nacional.
A falta de zoneamento agrário tem sido apontado como entrave para a prossecução de uma série de projectos de investimento em várias áreas.
Só para ilustrar, pelo menos 15 projectos de reflorestamento, fazendas de bravio e de plantações de culturas para a produção de biocombustíveis aguardam, desde Maio e Junho do ano passado, a autorização do Governo para o início da sua implementação devido à falta de zoneamento adequado. Há algum tempo foi feito um mapeamento das terras, mas a escala utilizada – 1/1000000 – é inapropriada na medida em que não permite visualizar as pequenas parcelas em poder dos camponeses.
Quase metade dos referidos projectos – sete – seria implementada na província do Niassa, que possui grandes extensões de terra acessíveis, cerca de dois milhões de hectares, tanto para o reflorestamento, bem como para a instalação de fazendas de bravio e plantio de culturas que serviriam de matéria-prima para a produção de biocombustíveis, segundo informações avançadas ao “Notícias” em Outubro do ano passado.
Dados da Direcção Nacional de Terras e Florestas indicam que neste momento o país possui cerca de sete milhões de hectares aptos para o reflorestamento, dos quais três milhões se localizam em zonas consideradas acessíveis. Os restantes encontram-se em pontos montanhosos ou isolados por falta de vias de acesso.