As violências políticas causaram cerca de 200 mortos, principalmente no campo da oposição, desde a histórica derrota do regime Mugabe nas eleições gerais de março de 2008.
O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, pediu ontem (18) a seus compatriotas o cessar da violência durante discurso pouco comum e de tom conciliador por ocasião do 30º aniversário da independência da ex-Rodésia do Sul britânica.
"Os dirigentes do governo de união pedem o cessar de qualquer ato de violência que causaria dor e quebraria nossa sociedade. Nós, zimbabweanos, devemos manter um clima de tolerância e tratar os demais com dignidade e respeito, seja qual for a idade, sexo, etnia, raça ou posição política e religiosa", indicou em um discurso transmitido pela rádio e televisão locais.
As violências políticas causaram cerca de 200 mortos, principalmente no campo da oposição, desde a histórica derrota do regime Mugabe nas eleições gerais de março de 2008.
Às vésperas da independência do Zimbabwe há 30 anos, o presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, disse a Mugabe, o então futuro dirigente do país: "Você está herdando uma jóia; trate de preservá-la!". Desde então, o que era esperança se transformou num caos.
Três décadas depois, o presidente Mugabe, de 86 anos, se mantém liderando o país, obrigado a compartilhar o poder com Tsvangirai, mas o Zimbabwe, a jóia a que se referia Nyerere, perdeu seu brilho.
A maioria dos atuais habitantes não viveu os anos da independência, já que a expectativa de vida, que então era de 61 anos, hoje é de 45. Quarenta e um por cento da população tem menos de 15 anos e 80% vivem na pobreza. As informações são do Correio Braziliense.
AFRICA21 – 20.04.2010