A visita de Armando Guebuza à Zambézia teve como pontos em destaque a descentralização e a "revolução verde".
Na hora de balanço, o Presidente da República disse que os objectivos da sua visita a este ponto do país “foram realizados”.
“A nossa área de concentração tinha a ver com a descentralização e com a revolução verde. Sobre a revolução verde, o nosso desafio é aumentar a produtividade, por isso estamos preocupados em aumentar as áreas de cultivo, e que as áreas que temos actualmente sejam exploradas ao máximo”, afirmou Armando Guebuza, durante a conferência de Imprensa realizada domingo, na vila-sede do distrito de Lugela, última etapa da sua visita.
“Também tivemos a oportunidade de tocar o assunto habitual, que são “os sete milhões, que nos impressiona, pois eu sinto que aquilo que os populares avançaram mais, em termos de maior participação, não há crispação entre a população e os gestores, mas também permanecem os problemas de pagamento, quiçá é fundamental que seja feito”, acrescentou.
Apesar deste constrangimento, o estadista disse estar convicto de que há cada vez mais melhores resultados, no âmbito do FIIL, que é um fundo alocado a cada um dos 128 distritos de Moçambique destinado, essencialmente, a investir em projectos de produção de comida e de rendimento.
Sobre as queixas que têm vindo a ser feitas em torno dos “sete milhões”, Armando Guebuza disse que o que tem estado a notar é que as pessoas não sabem o que mais podem fazer para satisfazer as suas necessidades.
“Lembrem-se naquele ciclo de dependência, sempre que há um problema enquanto existe possibilidade de resolver com os recursos que tem, procura resolver com coisas que não tem”, disse o Chefe do Estado como forma de incentivar as pessoas a explorarem outras alternativas enquanto não chegar a sua vez de beneficiar do FIIL.
Segundo afirmou, neste espírito de dependência, dificilmente a pessoa resolverá os seus problemas, pois terá sempre em mente a ajuda externa.
“Portanto, aqui se trata de uma questão de mudança de atitude de facto. Em primeiro lugar vamos usar os recursos que nós temos, se, naturalmente, os nossos recursos forem parcos para as nossas preocupações, neste caso pode se resolver através deste tipo de recursos (FIIL)”, vincou.
Na ocasião, o Presidente reiterou o papel crucial dos Conselhos Consultivos, pois são estes que têm a tarefa de analisar e aprovar os projectos que se candidatam para o seu financiamento através do FIIL, mas também sublinhou a necessidade de transparência na gestão deste fundo.
Quanto ao Plano de Produção de Alimentos (PAP), Armando Guebuza disse que o Governo tem estado a tomar medidas para que, a curto prazo, seja garantida a segurança alimentar no país.
É neste quadro que, segundo afirmou, encontram-se, em Moçambique, cidadãos vietnamitas e, ainda, japoneses, cuja missão é o ajudar o povo moçambicano a aumentar a produtividade da cultura de arroz.
A província da Zambézia é uma das contempladas no projecto de revitalização da cultura de arroz.
- Damião Trape, da AIM, em Lugela