Esta pretensão foi manifestada há dias em Xai-Xai, num acordo de parceria entre os governos de Gaza e da província chinesa de Hubei. O espírito do pacto visa essencialmente reforçar as boas relações entre as duas regiões, a nível do sector agrário. Testemunharam o acto trinta membros da delegação chinesa dentre eles farmeiros e dirigentes, acompanhados pelo respectivo vice-govenador, membros do Governo provincial de Gaza e o governador Raimundo Diomba.
Assim, Hubei vai importar e vender sementes agrícolas, importar e produzir produtos agro-químicos e maquinaria agrícola para venda e aluguer no mercado local, bem como realizará acções de treinamento de camponeses locais em tecnologias agrícolas, implantar campos de demonstração e comercializar a produção agrícola da sua farma.
Estima-se em cerca de quatro milhões de dólares norte-americanos que o Governo de Hubei vai despender em Gaza nos próximos cinco anos, no quadro da parceria ora iniciada.Por outro lado, o Governo da província de Gaza, através da Direcção Provincial da Agricultura, prometeu providenciar apoio e implementar políticas favoráveis para projectos de desenvolvimento propostos pela Companhia Lianfeg, proporcionar facilidades na implementação de projectos propostos de acordo com as leis vigentes no país, e sensibilizar as populações locais para desenvolverem a produção com o apoio daquela companhia, como forma de acelerar o desenvolvimento.
A directora provincial da Agricultura em Gaza, Joana Matediane, em entrevista ao “Notícias”, disse que o acordo prevê, por outro lado, alargar o estudo da existência de minerais para produção de cimento e ferro, estudo dos locais estratégicos ao longo dos rios Save e Limpopo e de viabilidade para a construção de barragens e represas.
Segundo a nossa interlocutora está em evidência dentro da cooperação entre as duas províncias dos dois países a formação universitária nas áreas de investigação agrária aplicada, intercâmbio de estudantes e investigadores e a formação nas línguas portuguesa e chinesa.Joana Matediane disse que o seu sector vai tirar o maior proveito das novas tecnologias a serem aplicadas pela China, de forma a ampliar o impacto agrícola na região do Limpopo, reduzir a importação de cereais, aumentar a produção e emprego da mão-de-obra para o alívio à pobreza e garantia da segurança alimentar.
Por seu turno, a classe empresarial de Xai-Xai, composta por comerciantes, agricultores, entre outros, enalteceu a iniciativa do Governo de Gaza ao importar novas tecnologias de produção e disse esperar que o acordo assinado venha a contribuir na conservação de solos, controlo do lençol freático na região do Baixo Limpopo e na estabilização social, através da criação de emprego local e integração dos ex-emigrantes na actividade agrícola.