Poderá estar para breve a saída de Carlos Gomes Júnior de primeiro-ministro da Guiné-Bissau, disse o jornal cabo-verdiano A Semana, depois de cancelada a visita que nos últimos dias ele deveria ter efectuado à Cidade da Praia.
Há um mês no estrangeiro, o chefe do Governo guineense tem sido vítima da falta de paz e de estabilidade no seu país, onde no dia 1 de Abril oficiais das Forças Armadas chegaram a detê-lo e até o ameaçaram de morte.
Tendo assumido a governação no início de 2009, Carlos Gomes Júnior encontra-se actualmente numa situação muito frágil, pois tem contra ele tanto uma grande parte dos militares como o Partido da Renovação Social (PRS), do ex-Presidente Kumba Ialá; e até mesmo sectores do próprio Partido Africano da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criado em 1959 por Amílcar Cabral e de que ele se encontra actualmente na presidência.
"Não é de estranhar que a Guiné-Bissau venha a passar, em breve, por um novo sobressalto", escreveu o jornal A Semana, corroborando o que desde o princípio de Maio é voz corrente entre pessoas que seguem o caso guineense.
Os próprios líderes da movimentação de Abril, general António Indjai e contra-almirante Bubo Na Tchuto, ter-se-iam entretanto desentendido entre si, conforme notou o boletim Africa Monitor Intelligence.
PÚBLICO – 25.05.2010