O GOVERNO continua fiel à estratégia de gestão do Orçamento de Investimento de Iniciativa Local (OIIL) , vulgo “Sete milhões de meticais”.
Assim, o executivo vai continuar a colocar o dinheiro junto dos distritos para que beneficie àqueles que não estão em condições de aceder a banca.
Este facto foi reiterado quinta-feira, pelo Presidente, Armando Guebuza, durante uma conferência de imprensa que orientou na vila-sede do distrito de Sussundenga e que marcou o término da sua visita de trabalho à província de Manica.
“Querem que coloquemos o dinheiro junto a banca! Para quê? Para a banca cobrar garantias? Não podemos. Os Sete milhões são para aqueles que não tem acesso ao banco. O banco coloca como condições a apresentação de garantias. Tem que se hipotecar alguma coisa. Isto é para aqueles que têm. Os Sete milhões são para os que não têm”, reiterou Armando Guebuza, respondendo a uma pergunta sobre se o Governo estaria a pensar colocar este Fundo junto à banca para permitir o retorno do investimento.
Um dos problemas que os distritos enfrentam na gestão deste dinheiro, também conhecido por Fundo de Desenvolvimento do Distrito (FDD), é a falta de reembolso por parte dos mutuários.
Na conferência de imprensa, Armando Guebuza reconheceu o facto, mas esclareceu que a avaliação deste Fundo deve ser feita de forma cautelosa.
“Quanto ao problema dos Sete milhões notamos aquilo que é voz corrente de que não há reembolso por parte dos mutuários. Mas também notamos outra coisa: É que no balanço do reembolso temos que ter em conta que nem todos que pedem dinheiro, devem pagar ao mesmo tempo que pedem”, explicou Armando Guebuza, fazendo recordar que a devolução do dinheiro depende necessariamente da natureza do projecto no qual é investido.
Segundo o Chefe do Estdo, estes aspectos estão a merecer a devida atenção das autoridades locais, pelo que já se está a estudar as melhores formas de como se pode garantir que o plano de reembolso se realize.
O Presidente disse ainda ter notado que os cidadãos avançam com propostas para garantir que os Sete milhões tenham maior desempenho possível.
Quanto ao facto de se estar, agora, a priorizar as sedes dos postos administrativos nessas ultimas visitas, em detrimento das sedes distritais, e se isso significava alguma mudança na estratégia, Armando Guebuza disse não se tratar de qualquer alteração na sua governação.
“Nós não estamos a mudar estratégias”, sublinhou, vincando que “colocar o distrito como pólo de desenvolvimento é absolutamente correcto”.
“Estamos a ver o que é que falta neste processo de emponderamento do distrito. Para podermos ver isso, temos de ir para lá onde o camponês, trabalhador, vive. Temos de ver outra realidade”, disse.
- Damião Trape, da AIM, em Sussundenga