A condenação do casal provocou críticas em todo o mundo e apelos às Nações Unidas, bem como da União Europeia e dos Estados Unidos ao Governo do Malawi, para adoptar uma atitude menos intolerante relativamente aos homossexuais.
“Decidi dar-lhes o meu indulto, hoje mesmo (sábado), e serão postos em liberdade”, disse Mutharika, acrescentando que tomou a decisão “por razões humanitárias”.
Julgado culpado por ter violado “a ordem da natureza”, o casal foi condenado a 20 de Maio à pena máxima de 14 anos de prisão e a trabalhos forçados, Steven Monjeza e Tiwonge Chimbalanga foram presos em Dezembro de 2009, após terem celebrado o noivado antes do casamento marcado para este ano.
Tiwonge Chimbalanga, 20 anos e Steven Monjeza, 26 anos, encontraram-se numa igreja no início do ano passado e viviam juntos há cinco anos, tendo decido oficializar a sua união a 26 de Dezembro passado.
Os dois foram detidos a 28 de Dezembro em Blantyre, capital comercial do Malawi, país onde a homossexualidade é proibida.
O secretário-geral das Nações Unidas considerou “corajosa” a decisão do Presidente malawiano. “Este código penal ultrapassado tem de ser reformado”, disse Ban Ki-moon.
A semelhança de muitos países africanos, o Malawi é uma sociedade conservadora onde as relações íntimas entre pessoas do mesmo sexo são reprovadas.
Há já algum tempo que várias organizações malawianas de defesa dos direitos humanos pedem às autoridades que relaxem a posição do país em relação à homossexualidade.
O nosso correspondente diz que o Governo do Malawi está a ser pressionado por doadores ocidentais para que reveja a questão.