O ministro moçambicano da energia, Salvador Namburete, revelou hoje, em Maputo, que o Governo de Moçambique mantém firme o seu cometimento na promoção e mobilização de recursos necessários, bem como na criação de condições favoráveis para a atracção de investimento para desenvolvimento de biocombustíveis no país.
Namburete fez estes pronunciamentos durante a conferência internacional sobre mercados de bioenergia iniciada hoje, na capital moçambicana, envolvendo países africanos e alguns investidores estrangeiros.
Os biocombustíveis constituem uma alternativa aos combustíveis fósseis, cujos preços no mercado internacionais são instáveis, uma situação que muitas vezes tem impacto negativo para a economia dos países importadores.
Na ocasião, Namburte referiu que as economias importadoras do petróleo, como Moçambique, teriam registado um crescimento rápido ao longo da década 2000-2010, se o preço do petróleo não tivesse aumentado de forma gravosa.
Por outro lado, aquele ministro defendeu que os esforços dos Governos para conter o aumento dos preços do petróleo ou minimizar o seu impacto negativo não serão eficazes se não incluírem iniciativas visando a diversificação da matriz energética.
“Esta situação exige uma solução combinada de utilização de fontes alternativas de energias renováveis e do recurso a tecnologias de baixo custo, o que contribui para que mais cidadãos tenham acesso às fontes de energia reduzindo a dependência do petróleo”, defendeu.
Namburete frisou que Moçambique tem estado a promover o aproveitamento das energias renováveis, como é o caso da produção de biocombustíveis, que para além de serem uma alternativa energética para investimentos à escala industrial, constituem também uma oportunidade de geração de rendimentos, emprego e auto-emprego.
“A nossa determinação de avançar com estas iniciativas visando a diversificação da matriz energética resulta igualmente do nosso cometimento nos esforços conjuntos quanto à questão de Segurança e Estabilidade Energética bem como ao fenómeno de aquecimento global que constituem hoje uma preocupação a nível mundial”, referiu.
Neste momento estão em curso 26 projectos de biocombustíveis no país, que na sua maioria se encontram numa fase de multiplicação de sementes, prevendo-se a primeira colheita para 2012.
Para o Ministro, Moçambique assume uma posição privilegiada no domínio dos biocombustíveis, a par do potencial considerável e competitividade decorrente das condições agro – ecológicas, localização geográfica, disponibilidade de terra e água assim como mão-de-obra disciplinada e disponibilidade de infra-estruturas portuárias e de armazenagem.
Como forma de explorar estas vantagens e atrair mais investimentos, o Governo aprovou a Estratégia de Energia, a Política de Desenvolvimento das Energias Renováveis e a Política e Estratégia dos Biocombustíveis, instrumentos orientadores que estabelecem os princípios e objectivos no desenvolvimento sustentável dos biocombustíveis.
A conferência internacional sobre mercados de bioenergia, que decorre sob o lema “Expandindo a Produção Sustentável da Biologia”, termina na próxima quinta-feira.
Rádio de Moçambique – 12.05.2010