Oitenta crocodilos foram abatidos este ano em Moçambique, no âmbito de uma medida aprovada pelo Governo para “proteger” as comunidades, anunciou hoje o chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia de Cabo Delgado, Darlindo Pechisso.
A medida faz parte de uma estratégia adoptada pelo Governo moçambicano que, em Abril decretou o abate de 180 crocodilos adultos para reduzir os ataques às comunidades mais vulneráveis, número “calculado com base em procedimentos técnicos”, explicou na altura o porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula.
De acordo com a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), da qual Moçambique é signatário, o país pode abater 1800 crocodilos por ano.
Em todo o território nacional, com especial incidência no centro e norte, estima-se que morram cerca de 100 pessoas, por ano, vítimas de ataques de crocodilos, “animais que mais mortes têm causado”, acrescentou Darlindo Pechisso.
O Governo está também a implementar um plano de emergência para a redução do número efectivo de répteis, no âmbito do qual foram recolhidos 97 mil ovos e abatidos 294 crocodilos nos principais rios, só em 2009, referiu o chefe dos serviços provinciais de Cabo Delgado, norte do país.
Nesse sentido, o governo criou brigadas e concedeu licenças aos operadores de safaris e a várias empresas nacionais e estrangeiras, com vista à caça de crocodilos e recolha de ovos.
Posteriormente, os agentes podem exportar e vender no mercado interno a pele e a carne de crocodilo.
O mesmo está acontecer com as cobras mamba, espécie de serpentes venenosas e gigantes que tem atacado a população dos distritos de Guro e Nhamassonje, na província de Manica, centro.
Os répteis estão a ser capturados por duas empresas para posterior exportação, mediante o pagamento de cerca de 47 euros, por serpente, ao governo moçambicano.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 28.06.2010