Enquanto isso, a Transmarítima S.A pensa abrir uma delegação na cidade de Tete com o batelão que fazia a travessia no rio Zambeze, entre Caia e Chimuára até à conclusão da Ponte
Uma das duas embarcações que operam na Beira está paralisada desde Setembro do ano passado, devido à falta de passageiros, algo relacionado com a alegada má gestão que afecta a Transmarítima S.A.
Trata-se da embarcação «Machanga», que consta de um lote de seis embarcações recentemente adquiridas pelo Ministério dos Transportes e Comunicações por 7,4 milhões de dólares, em Bangladesh. Na altura da sua paragem fazia a travessia Beira/Chiloane.
À semelhança do que ocorre aqui na cidade de Maputo com o taxi marítimo «Mulauzi», o «Machanga», segundo apurou o Canalmoz de fontes da Transmarítima S.A, foi tirado da circulação pelo facto de gastar combustível sem, em contrapartida, dar rendimento.
O Canalmoz apurou ainda junto das suas fontes que a outra embarcação, o «Massiqui», que faz a travessia Beira/Buzi, devido à pouca afluência de passageiros, faz por dia uma viagem como forma de conter os custos pois nas viagens acumula prejuízos. Quando parte de um ponto pernoita no de chegada e retorna no dia seguinte. “Por mês rende
O Canalmoz ficou igualmente a saber que a delegada da Beira, Julieta Jeremias, não está a conseguir levar avante e de forma satisfatória a gestão da repartição que dirige. Na origem do fracasso que culmina com o mau funcionamento e/ou mau desempenho das embarcações «Machanga» e «Massiqui» está a alegada falta de experiência nos assuntos com que lida.
“Há pouco tempo que ela foi admitida na Transmarítima, na delegação de Maputo. Mas antes do fim do tempo probatório teve afectação na delegação da Beira sem antes ter assimilado a lidar com assuntos relativos ao cargo que ocupa”, disse-nos um dos interlocutores sobre este dossier.
Ademais, as nossas fontes referem que o trio que dirige a Transmarítima, S.A e suas delegações provinciais a partir de Maputo, nomeadamente Adolfo Nhamachilua, Ernesto Nhambe e Moisés Chilengue, para além da propalada má gestão, não dialogam sobre a aparente crise que ultimamente se instalou na empresa.
A fundamentar os seus depoimentos, as fontes dizem que apesar do problemas que, em geral, caracterizam todas as embarcações sob gestão da Transmarítima S.A, em particular o «Mulauzi» e o «Machanga» “a direcção pensa em abrir mais uma delegação em Tete com o batelão que garantia a travessia no rio Zambeze, entre Caia, na província de Sofala, e Chimuara, a norte, já na província da Zambézia”.
“Esses assuntos não nos são comunicados. Para ter acesso a eles temos de ‘cavar’. E não é só isso, de uns tempos para cá muitos expedientes já não passam da secretária. Vão directamente para os gabinetes dos chefes. Os cheques que entram na empresa não poucas vezes vão directamente para o chefe de contabilidade”, disseram-nos, acrescentando que “o pior de tudo isso é que dentro da empresa há pessoas com a tarefa de garantir que a informação se restrinja aos gabinetes”.
À semelhança do que vinha acontecendo, a Transmarítima não paga ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) os descontos que mensalmente são feitos aos trabalhadores desde Janeiro do ano em curso.
Aquela empresa chegou a dever ao INSS pouco mais de 760 mil Meticais de descontos aos trabalhadores. Este valor teria sido pago após uma denúncia dos próprios trabalhadores através deste jornal.
De acordo com os trabalhadores, dado o facto de na empresa em alusão haver tantos problemas, perante os quais o ministro do Transportes e Comunicação continua indiferente, há receio de que “esta seja mais uma situação daquelas em que os ministros drenam fundos para empresas para depois irem tirar em benefícios próprios”. (Emildo Sambo)
CANALMOZ – 29.06.2010