Sexta-feira à tarde, na Av. 24 de Julho, em Maputo
Na última, sexta-feira, em Maputo, aconteceu mais um crime sangrento. Nito Khan, cidadão moçambicano, islâmico, foi baleado junto às instalações do Centro Ortopédico de Maputo, na Av. 24 de Julho, pouco depois das 16 horas. O óbito viria a confirmar-se já na Clínica Trauma recentemente inaugurada na Av. Julius Nyerere, nas imediações do Campus da Universidade Eduardo Mondlane, onde terá chegado já sem vida, crivado de balas.
Segundo descrições que ouvimos, a vítima acabara de entrar na sua viatura, com matrícula sul-africana, uma Toyota Hilux do último modelo, com cabine dupla e caixa aberta, quando uma outra viatura parou próxima da sua obrigando-a a fazer uma difícil manobra para poder abandonar o local de estacionamento e iniciar a sua marcha.
Depois de sofrer o atentado à mão armada ainda acelerou. A viatura percorreu, entretanto, o declive na 24 de Julho, entre a escapatória para a Rua José Sidumo e a Amílcar Cabral e depois de passar o cruzamento do Hotel Santa Cruz, contam-nos, o 4x4 acabaria por encostar em frente à DCU (Direcção de Construção e Urbanização), com o condutor já inanimado e perfurado de balas em várias partes, designadamente na face, pescoço e tronco.
Imediatamente após o sucedido começaram a correr versões díspares, mas todas elas apontam para ajuste de contas.
Várias “testemunhas” disseram-nos que viram um indivíduo alto, a fugir a correr, com uma pistola na mão, contornando a curva da 24 de Julho para a Rua José Sidumo.
No local ficaram estilhaços de um dos vidros de uma das portas da viatura que segundo fontes do Canalmoz foi previamente partido pelo indivíduo que acabou disparando os tiros fatais que acabariam por tirar a vida ao malogrado. Admitem as fontes a que recorremos que o indivíduo que terá baleado mortalmente Nito Khan saiu da viatura que estacionara ao lado do Toyota da vítima, dificultando-lhe a manobra para se por a caminho. Pessoas que se encontravam nas proximidades da ocorrência disseram-nos ter visto um indivíduo que “corria com uma pistola da mão”, depois de ter contornado a esquina das “Tintas Nitin”, introduzir-se numa viatura, mais adiante na R. José Sidumo. Admitem que essa viatura era a mesma de onde o autor dos disparos saíra para cometer o atentado e a mesma que aliás estivera a complicar a manobra da viatura da vítima quando o seu condutor se preparava para se pôr em marcha.
Nito Khan era familiar de um dos sócios da Expresso Câmbios, local que segundo seus companheiros do automobilismo era por ele muito frequentado.
Na viatura do finado foi encontrado um saco de dinheiro.
Fontes próximas do malogrado contam que ele visitara um escritório nas imediações do local da ocorrência, de onde terá saído com o saco de dinheiro. Quanto ao montante e tipo de moeda ninguém nos soube falar disso.
A vítima era um aficionado do automobilismo no autódromo do ATCM.
Pessoas das relações de Nito Khan contam-nos que ele se deslocava com muita frequência à África do Sul, circulava com viaturas de luxo e de alta cilindrada e mudava de carro com regularidade.
CANALMOZ – 21.06.2010