A administração local, em coordenação com o Governo provincial, desenhou um vasto programa comemorativo que aliás, já está a ser exercutado desde há algum tempo.
Leôncio Julai, administrador distrital, falou da criação de uma comissão de preparação do evento, a qual envolve diferentes sectores nomeadamente, o da coordenação, logística, transporte, protocolo, saúde, segurança, comunicação e imprensa, tudo na perspectiva de assegurar que as comemorações decorram sem sobressaltos.
“Vamos receber no distrito cerca de 40 mil pessoas provenientes de todos os distritos da província de Cabo Delgado, como anfitriões, e de todos os outros cantos do país. Vamos receber também várias individualidades, com destaque para o Presidente da República”, disse o administrador local.
Com vista a permitir um melhor acolhimento aos convidados o distrito de Mueda está a apetrechar-se em termos de alojamento. As sete pensões existentes só possuem capacidade para 129 camas, número que se afigura bastante exíguo para a totalidade de hóspedes que se espera escalem Mueda com o propósito de se juntarem às celebrações.
Para colmatar esta situação, segundo Leôncio Julai, foram mobilizados vários cidadãos para cederem as suas casas e até semana passada estavam mobilizadas pouco mais de 750 camas.
“Continuamos a mobilizar os cidadãos para aderirem a este propósito. E estamos igualmente a criar outro tipo de condições para o melhor acolhimento dos nossos hóspedes, nomeadamente a água e energia eléctrica. Quanto à energia, a grande dificuldade chama-se combustível. A rede nacional ainda não abastece Mueda. A capacidade da central é de 250 litros, gastando 35 litros por hora. A central é bastante onerosa”, lamentou a fonte.
Para minorar a situação, Leôncio Julai era da opinião que se colocasse na vila um posto de transformação para cada um dos bairros da vila a fim de garantir a iluminação. Todavia, segundo acrescentou, a rede nacional de energia vai chegar a Mueda em 2011/12.
Relativamente ao abastecimento de água, o administrador distrital disse que o assunto está minimizado. O recurso são os fontanários pois, a rede de abastecimento necessita de um alargamento, trabalho que já está a ser realizado.
De acordo com a fonte, a primeira fase de reabilitação do sistema de abastecimento de água foi a aquisição de novo equipamento e de novas tecnologias. Antes se abastecia a vila através de grupos de motobombas e agora se passou para as electrobombas.
Ainda de acordo com a fonte, a segunda fase da reabilitação consistiu na cobertura da rede de distribuição doméstica da água. Porém, algumas aldeias continuam privadas do precioso líquido devido à danificação da conduta.
LIMPEZA E ORNAMENTAÇÃO
Enquadrado nas comemorações do 16 de Junho, decorrem na vila sede do distrito de Mueda várias obras: o monumento erguido em memória dos mártires de 16 de Junho está a ser ampliado e modernizado. O edifício da antiga administração colonial também está a ser reabilitado e a ser vedado.
Está igualmente a ser construída uma estátua em homenagem a todos os que participaram naquela revolta popular. É a figura de homem adulto reclamando a liberdade.
A vila em si está a ser engalanada. Não há mãos a medir. Todo o residente tem uma quota parte da responsabilidade para o sucesso do evento, segundo indicou Leôncio Julai.
Paralelamente, grupos culturais continuam a aperfeiçoar os preparativos da festa, havendo os que irão reeditar o que de facto aconteceu há 50 anos em Mueda. Cerca de 400 crianças vão se aplicar em ginástica massiva enquanto outros grupos promovem actividades culturais e desportivas.
O QUE ACONTECEU EM MUEDA EM 1960?
Aconteceu o Massacre de Mueda. Neste dia, segundo a história, centenas de moçambicanos se juntaram em frente ao então posto administrativo de Mueda exigindo ao Governo colonial português a autodeterminação.
Tratou-se de uma manifestação pacífica à qual o Governo colonial reagiu brutalmente metralhando a multidão e massacrando cerca de quinhentas pessoas.
Esta data reveste-se de um significado importante na luta de libertação nacional pois, a partir do Massacre de Mueda ficou claramente demonstrado que qualquer tentativa pacífica de alcançar a independência seria inútil e ineficaz. Ficou ainda claro que o único caminho para a independência era a força ou seja a luta armada, que veio a ser desencadeada a partir de Setembro de 1964.
No massacre de Mueda há a destacar que alguns moçambicanos foram aprisionados pelos portugueses, destacando-se Tiago Muller, Faustino Vanomba, Kibiriti Diwane, entre outros.
NOTA:
Até quando esta mentira de "massacrando cerca de quinhentas pessoas"? Onde estão os historiadores (Professores Doutores e outros que tais) de Moçambique? Não há um só honesto? Sem medo da FRELIMO? Todas as vítimas são de lastimar. Mas não passaram de 17 (dezassete). E alguns faleceram pisados pela multidão em fuga. Mais: ninguém na altura pediu a autodeterminação. Sim a "independência" de Cabo Delgado (mais precisamente da área maconde) para se juntar à Tanzania.
Insisto: leiam tudo o que está em:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/massacre_mueda_16061960/
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE