África
– afirma o General americano William Ward, responsável máximo pelo Comando de África (Africom) dos Estados Unidos que esclareceu também que “a sede deste organismo continuará em Estugarda”, na Alemanha
“O pensamento de que um estado é receptivo e acomoda o tráfico de droga é perturbador para todos” e “quando existe esse tipo de actividade isso destrói as instituições, a capacidade de um governo de operar, de governar, de forma eficaz.” - General William Ward
“Se as coisas continuarem a evoluir, se houver um comprometimento das autoridades locais para encararem as situações e as reverterem, haverá parceiros para os ajudar no combate as ameaças” - General William Ward
O tráfico de toda a espécie rouba o potencial económico de África, afirmou o comandante do Africom, elogiando como exemplo a seguir o centro de combate ao narcotráfico e para a segurança marítima de Cabo Verde. Num encontro restrito com jornalistas, em Lisboa, na última quarta-feira, citado pela LUSA, o General William Ward, responsável máximo pelo Comando de África dos Estados Unidos, disse que este organismo actua sempre “como parceiro” e faz parte de um “esforço colectivo” quando as autoridades de um país estão determinadas a resolver um problema e estão a dar passos nesse sentido.
Um exemplo é Cabo Verde e o centro recentemente inaugurado, “que é um modelo” para outros centros de combate ao narcotráfico e promoção da segurança no continente africano, apontou William Ward que falou também da situação na Guiné-Bissau, considerando que “não é nada boa” e “é uma preocupação partilhada por todos”. Referindo-se sobretudo ao problema do tráfico de droga e situações de insegurança que acarreta, o comandante adiantou que, no espírito da Africom, “se as coisas continuarem a evoluir, se houver um comprometimento das autoridades locais para encararem as situações e as reverterem, haverá parceiros para os ajudar no combate as ameaças”
“O que se passa no país é também uma ameaça para os vizinhos e a região” e é também assim no caso da Guiné-Bissau, disse. “O pensamento de que um estado é receptivo e acomoda o tráfico de droga aquele nível é perturbador para todos”, afirmou, sustentando que “quando existe esse tipo de actividade isso destrói as instituições, a capacidade de um governo de operar, de governar, de forma eficaz”. As Nações Unidas e outras organizações estão a desenvolver esforços e nesta como em outras situações em África, “os EUA serão um parceiro quando forem dados passos para combater a situação”, sublinhou o responsável do Africom. O comandante do Africom esclareceu também que a sede deste organismo continuará em Estugarda, considerando que o importante é conhecer o terreno em que actua e para isso é indiferente onde está a sede, valorizando para esse conhecimento do continente o apoio de Portugal e de iniciativas como a que o trouxeram a Lisboa. William Ward participou num seminário, que decorreu até sexta feira, que congregou cerca de 100 representantes civis e militares de alto nível de África, dos Estados Unidos, da Europa e de várias organizações internacionais e regionais do sector da segurança, para revisão e análise do ambiente de segurança africano e para debate das estratégias para aumentar a segurança no continente. Este seminário permite-nos “aumentar a compreensão, a partir da sua perspectiva e não apenas da nossa, o que valorizamos muito”, afirmou. (Redacção / LUSA)
CANALMOZ – 28.06.2010