Na cidade de Maputo
Um grupo de indivíduos ainda a monte assaltou na manhã de ontem a dependência do Banco Comercial de Investimentos (BCI) localizada na Avenida Eduardo Mondlane, no bairro Alto-Maé. Os assaltantes apoderaram-se de dinheiro em somas ainda não especificadas. Uma parte do valor foi tirada das caixas e a outra dos clientes que na hora do assalto se encontravam no interior do banco. Não houve vítimas mortais. Houve apenas feridos.
Segundo depoimentos de testemunhas, o assalto ocorreu a escassos minutos das 11 horas, quando o grupo, composto por mais de três indivíduos fortemente armados, invadiu as instalações do banco e anunciou o assalto, exigindo que os clientes presentes se deitassem e entregassem tudo quanto traziam (dinheiro, incluindo telemóveis).
As informações são escassas. No local o pânico era tal que ninguém soube dizer qual era o número exacto dos malfeitores nem a marca da viatura em que se faziam transportar.
De acordo com testemunhas, a intenção dos meliantes era assaltar o “carro-caixa” da empresa de segurança G4S, que fazia transporte do dinheiro para aquela dependência do BCI. Mas todo o plano ficou frustrado devido ao fluxo de trânsito na zona, geralmente, tal como ontem, muito movimentada. Daí, os meliantes introduziram-se no estabelecimento e executaram o assalto directo à dependência do banco.
Uma funcionária de limpeza afecta àquela dependência do BCI, contou-nos que quando os assaltantes entraram queriam a gerente da dependência, que não se encontrava no local. A mesma fonte afirmou que ao que tudo indica, os malfeitores tinham informações do perfil da gerente, porque quando entraram começaram por “procurar uma senhora clara”. Nisso, apressados acabaram por pegar numa outra funcionária com perfil semelhante ao da gerente e maltrataram-na exigindo-lhe as chaves do cofre da dependência.
Houve tiros dentro da dependência, quando alguns clientes assim como caixas tentaram resistir à acção dos meliantes.
A chegada tardia da PRM
A Polícia da República de Moçambique (PRM) não foi a tempo de evitar o assalto. Quando se fez ao local já passavam mais de 20 minutos depois do assalto ter ocorrido, com algum êxito para os meliantes.
Facto preocupante, segundo informações colhidas no local, foi a inércia demonstrada por dois agentes da Lei e Ordem que estavam posicionados de outra margem da estrada guarnecendo o outro banco, o Pro Credit. Estes viram tudo a acontecer e, sabe-se lá porquê, não moveram uma palha.
No local do assalto, a Reportagem do Canalmoz e do Canal de Moçambique tentou em vão ouvir a versão oficial quer dos agentes da PRM que estiveram no local do assalto, quer da Polícia de Investigação Criminal (PIC), assim como do banco. Ninguém quis prestar qualquer tipo de declaração. Minutos depois, a gerente do banco apareceu e também não quis falar. Remeteram-nos ao Comando da PRM a nível da cidade. No Comando da PRM, o porta-voz estava ausente. O chefe das Operações disse nada ter a declarar. (Matias Guente)
CANALMOZ – 27.07.2010