AS queimadas descontroladas e a exploração florestal furtiva continuam entre as maiores causas da destruição das riquezas concentradas nas florestas do país, segundo constatação do Seminário sobre Estratégias de Advocacia e Monitoria Jornalística da Exploração Florestal e Faunística realizada esta semana na cidade de Pemba, em Cabo Delgado.
Maputo, Sábado, 17 de Julho de 2010:: Notícias
O evento enquadra-se num projecto denominado “A Nossa Terra É A Nossa Riqueza”, em implementação desde Maio deste ano naquela província pelo MISA-Moçambique, com financiamento do MASC-, Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil.
Para controlar a situação, os participantes ao seminário acordaram em trabalhar de forma mais coordenada por forma a tornar mais relevante a sua intervenção no contexto da protecção do património florestal e faunístico daquela província, através da promoção do uso racional e lícito dos recursos, na perspectiva de que os estejam disponíveis para as futuras gerações.
Um comunicado emitido no final do seminário refere que outra das constatações afloradas tem a ver com a existência de operadores privados que exploram os recursos sem respeitar as tradições e os direitos das comunidades locais, facto que configura uma violação à legislação do sector. Foram igualmente apontadas práticas como o abate de árvores pequenas, a desmatação para fins agrícolas, aliada à fraca fiscalização por parte das autoridades do sector e à falta de transparência na atribuição dos 20 porcento a que as comunidades locais têm direito pela exploração dos recursos florestais.
Aqui, segundo o comunicado, a prática corrente tem sido a não revelação do valor arrecadado pela exploração dos recursos, facto que leva as comunidades a duvidarem se o valor que lhes chega às mãos é ou não correspondente a 20 porcento do total arrecadado.
Como proposta para a solução do problema, os participantes ao seminário apontaram o seu envolvimento na produção e divulgação, através dos órgãos de comunicação social, de programas sobre uso sustentável de recursos naturais, particularmente a madeira, a reposição das espécies abatidas, a classificação e garantia de mercado para as espécies abatidas, o incremento de fiscalização nas áreas de corte, bem como a devida penalização dos infractores e a resolução dos casos de disputas de áreas de exploração por parte dos madeireiros.
Moçambique perde anualmente cerca de 219 mil hectares de florestas devido sobretudo à exploração ilegal dos recursos nelas existentes, à prática de agricultura itinerante e às queimadas descontroladas, segundo resultados do último inventário florestal nacional encomendado pelo Governo.
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