"É um acto soberano de um chefe de Estado, de um Estado soberano. Pode-se criticar nos corredores, dizer que não seria a pessoa indicada, mas está nomeado, está nomeado. Ponto final", enfatizou.
O presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá defendeu, terça-feira(27), que os chefes militares detidos na intervenção militar de 01 de Abril serão levados à Justiça e que o general António Indjai, líder da rebelião, vai continuar a ser chefe das Forças Armadas.
"As pessoas que estão detidas, estão a espera da Justiça, aí não posso fazer nada. Há órgãos competentes da Justiça encarregues de levar a cabo este processo", disse Malam Bacai Sanhá, em declarações à Rádio França Internacional (RFI), por ocasião da cimeira da União Africana (UA), no Uganda.
Sobre a libertação do ex-chefe do Estado Maior, Zamora Induta, exigida, entre outras entidades, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o chefe de Estado guineense disse não poder fazer nada antes de uma decisão judicial. Sobre a nomeação de António Indjai, Bacai Sanhá afirmou ser um assunto encerado.
"Aí não há discussão. O António Indjai vai continuar ali. Eu penso que o António Indjai poderá vir a surpreender muita gente em termos de pontualidade na execução do programa da reforma (do sector de Defesa e Segurança) ", considerou o chefe de Estado guineense.
"A nomeação de António Indjai ninguém pode pô-la em causa", disse o presidente da Guiné Bissau. "É um acto soberano de um chefe de Estado, de um Estado soberano. Pode-se criticar nos corredores, dizer que não seria a pessoa indicada, mas está nomeado, está nomeado. Ponto final", enfatizou Malam Bacai Sanhá.
Em relação ao futuro, mesmo com as críticas de países e organizações que apoiam a Guiné-Bissau, o chefe de Estado guineense disse esperar que muitos venham a mudar a sua opinião e voltar atrás com as promessas de cancelamento das ajudas.
"Vamos continuar a contar com os apoios da comunidade internacional. A União Africana já está disponível, a CEDEAO. Eu penso que a União Europeia, os Estados Unidos da América vão acabar por estar de acordo", afirmou o presidente guineense.
Bacai Sanhá, que disse contar com a ajuda de Portugal, de Angola e da Líbia, para mudar as posições de diversas organizações.
"Nós contamos, nesse aspecto. com o apoio que Portugal poderá dar, ou tem estado a dar. Angola, não é de admirar, é um país irmão da Guiné-Bissau. É o caso da Líbia e mais outros países", frisou Bacai Sanhá.
"Estamos muito encorajados, contrariamente àquilo que muita gente pensava que a Guiné-Bissau iria ficar abandonada. Não. As pessoas compreenderam que abandonando a Guiné-Bissau, não estariam a contribuir para o desenvolvimento e bem-estar do povo", afirmou o chefe de Estado guineense.
"A melhor maneira é continuar ao lado das instituições legítimas do povo e apoiá-las para que consigam levar avante o programa que temos", disse o presidente da Guiné Bissau.
AFRICA21 – 28.07.2010