Fernando Mazanga, porta-voz do partido, disse ontem ao “Notícias” que o encontro nacional do órgão deliberativo daquele partido entre os congressos vai se reunir depois de a direcção da “perdiz” ter concluído a capacitação dos seus dirigentes de base. Esta capacitação, segundo a fonte, teve lugar nos últimos quatro meses, na capital da província de Nampula, onde o presidente da organização, Afonso Dhlakama, estabeleceu a sua residência.
“Tratou-se de uma capacitação faseada, em que em cada etapa participavam os dirigentes provinciais, distritais e de localidade do partido. Dentre estes, destaque foi para os delegados provinciais, delegados distritais e de localidade, para além dos chefes de mobilização e propaganda a todos os níveis”, disse Fernando Mazanga.
Sobre o Conselho Nacional, o porta-voz da “perdiz” informou que este terá lugar ainda no decurso do terceiro trimestre deste ano, provavelmente na cidade de Quelimane, na Zambézia.
“Para além de delinearmos a nova estratégia do partido, cujo objectivo será o de estabelecer as bases para a sobrevivência, vivência e ataque ao partido ao poder, o encontro irá debater os resultados eleitorais, as diferentes posições que foram assumidas pela Renamo durante e logo depois das eleições, nomeadamente o não reconhecimento dos resultados, a convocação e adiamento das manifestações de protesto, entre outras questões de fórum interno”, afirmou.
Para Mazanga, o encontro é crucial pelo facto “do partido no poder ter decido marginalizar a oposição, tratando-a com total desrespeito e com muita falta de consideração, esquecendo-se que a oposição constitui um elemento importante para o sucesso da democracia nacional”.
“A Renamo tem uma responsabilidade acrescida no processo de implementação da democracia no país, pois ela resulta do esforço abnegado dos membros e simpatizantes da Renamo”, frisou a fonte.
Na ocasião, Mazanga disse que o principal objectivo do seu partido é pressionar a Frelimo, actualmente no Governo, a desencadear acções que visem acabar com as células do partido nas instituições do Estado e aceitar a constituição de um Governo de transição com vista a instaurar no país um verdadeiro regime democrático.