O dono do reino lusitano chegou hoje a Luanda e tudo se esclareceu. José Sócrates garantiu: “Não vamos decidir nada sobre a adesão da Guiné-Equatorial” à CPLP.
Nada como ter no sítio certo, à hora certa, o sumo pontífice das ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos para, de uma vez por todas, se ficar a saber o que ninguém tinha dito: A cimeira da CPLP, amanhã em Luanda, nada vai decidir.
Então o que é que vai fazer? Nada melhor, mais uma vez, do que ler o que disse José Sócrates:
"Nós, amanhã, nem Portugal, nem nenhum outro país, vai dar voto nenhum, pela simples razão de que não vamos decidir nada sobre a adesão", disse José Sócrates.
É pouco? Continuemos a dar a palavra a quem sabe da poda: "Amanhã vamos apenas registar que esse país quis aderir. Amanhã vamos apenas analisar o pedido, e dizer que recebemos o pedido com agrado”.
Acho que Teodoro Obiang, o presidente há 31 anos da Guiné-Equatorial, não vai achar piada. É que, para além de ter decretado que o seu país passa a ter a língua portuguesa como oficial, já tinha previsto convidar o primeiro-ministro português para inaugurar, na capital do país (Malabo), uma avenida que deveria chamar-se: José Sócrates.
Embora Obiang, como aliás os portugueses, saiba que o que hoje é verdade para José Sócrates, amanhã pode ser mentira, é visível o desgosto que reina na comitiva do vitalício presidente da Guiné-Equatorial.
Consta que Obiang terá já dito aos seus conselheiros que, se for verdade o que diz José Sócrates, vai mandar cancelar – entre outras – a encomenda de milhares de exemplares daquela coisa a que em Portugal chamam “Magalhães”.
Mais do que os “Magalhães”, para José Sócrates será com certeza penoso saber que a avenida que deveria ter o seu nome poderá chamar-se qualquer outra coisa, eventualmente Lula da Silva ou Eduardo dos Santos.
E por falar em “Magalhães”, quem foi na cantiga (ao que parece) foi Angola que terá acordado com a empresa portuguesa JP Sá Couto a a construção de uma fábrica dessa coisa a que, no reino lusitano, chamam computadores portáteis “Magalhães”.
Trata-se de um projecto para desenvolver em cinco anos, estimando-se que a fábrica tenha capacidade para produzir 200 mil computadores por ano. Isto se até lá Angola não descobrir que qualquer semelhança dessa coisa portátil com um computador é mera coincidência.
Para quem não sabe, o “Magalhães” é aquela coisa a que o melhor vendedor da empresa JP Sá Couto - de seu nome José Sócrates - chamou «o primeiro grande computador ibero-americano, uma espécie de Tintim: para ser usado desde os sete aos 77 anos».
No caso de Angola, porque a esperança de vida é bem menor, deve ser para utilizar desde os sete ao 50 anos e será considerado uma espécie não de TinTim mas de Zedu.