Peter Greste
Correspondente em Nairobi
A inclusão das afiliações tribais nos resultados do maior recenseamento queniano de sempre gerou polémica.
Com acusações de que o Instituto Nacional de Estatísticas procura incitar o tribalismo.
Mas Anthony Kilele, director-geral do painel de recenseamento, disse que era melhor obter números exactos e indiscutíveis, do que números motivados por questões políticas das próprias tribos.
Já o Presidente da Comissão Nacional para a Coesão e Integração, Mzalendo Kibunjia, explicou que a sua organização é apenas contra o cálculo dos dados das tribos, com vista à obtenção de mais fundos para as tribos maiores.
"Não há nada de errado em distribuir os números dos census por tribos. A única coisa que nós criticamos é quando se usa as identidades de algumas tribos e os seus dados para oprimir outras, é aí que reside o problema.
"É uma das questões perante a qual a Comissão Nacional para a Coesão e Integração deve estar atenta", disse Mzalendo Kibunjia.
Quenianos chegam aos 39 milhões
Discussões tribais à parte, os dados estatísticos mostram que a população queniana cresceu mais de um terço, nos últimos dez anos, atingindo os 39 milhões de pessoas.
Tendência que o ministro do Planeamento, Wyclife Oparanya, quer combater com planeamento familiar, de forma a abrandar a taxa de natalidade.
Wycliffe Oparanya disse ainda que os resultados de oito distritos no norte do Quénia foram anulados, devido a erros nos números apresentados.
"Os dados que indicam que há três vezes mais homens que mulheres fizeram-nos perguntar como é que os homens acima dos 35 anos ficam sem mulheres.
"Sendo que na maioria dos casos, a balança anda à volta dos 50/50 ou com um número de mulheres ligeiramente maiores. Portanto, nesses distritos em particular, os dados foram anulados e terão que ser repetidos em breve", concluiu o ministro do planeamento queniano.
BBC – 31.08.2010