Dezenas de vendedores ambulantes morrem atropelados no Mercado do Drive-in

Estrada Nacional Nº 1 Nos últimos meses, trinta vendedores ambulantes foram mortalmente atropelados no troço entre a extinta fábrica de pneus – MABOR – e o controlo policial de Drive-in, ao longo da Estrada Nacional Número 1, no bairro do Zimpeto, nas proximidades do novo estádio nacional. O chefe da Comissão dos Vendedores Informais daquele mercado, Domingos Zimba, disse ao Canalmoz que desde a transferência do mercado grossista da Malanga para o do Zimpeto, aquele troço virou um “corredor de morte”. “Muitos vendedores ambulantes estão a morrer vítimas de acidentes de viação”. Alguns são arrasados por carros que se despistam, tal como aconteceu há dias com um camião-cavalo. Outros atropelamentos fatais sucedem quando tentam atravessar a estrada na luta pela conquista de clientes. Destes, uma parte é dos que desce dos transportes semi-colectivos de passageiros.

Para contornar esta situação, sugere Zimba, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo devia transferir os portões que dão acesso ao mercado, do lado da EN1, para detrás do mercado. Isso porque, segundo ele, apesar do trabalho realizado pela Polícia Municipal no sentido de os vendedores exercerem a sua actividade pelo menos a cinco metros da estrada, não passa uma semana sem que alguém tenha sido atropelado.
No mercado de Drive-in, de acordo com um recenseamento feito pelo Município de Maputo em coordenação com a comissão local dos vendedores, existem 1.875 ambulantes perfilados ao longo da EN1. A edilidade, disse Zimba, está à procura de um espaço seguro para albergá-los juntamente com os operadores de “Chapa 100” que têm a zona do ex-Drive-in como terminal para o “Grande Maputo”.
Num outro desenvolvimento, Zimba apontou que no mercado Drive-in há 565 bancas e 67 barracas e que apesar de não haver casos criminais como assaltos, a falta de iluminação na via pública dificulta o trabalho da Polícia no período nocturno.
O local onde funciona o posto policial não está iluminado e como forma de viabilizar o trabalho, o pessoal dali incorre no “roubo de energia eléctrica numa barraca vizinha”. Segundo Zimba, quando os donos recolhem, tudo fica às escuras.

(Cláudio Saúte)

CANALMOZ – 30.08.2010