ARRANCOU ontem em Maputo a primeira edição do programa “Escritas no Índico: Salão do Livro de Maputo”, promovido pela editora Ndjira e que junta escritores, editoras de livros, livrarias, académicos, estudantes e demais pessoas afins na matéria.
O “Escritas no Índico” é um encontro que pretende ainda promover regularmente o livro, massificar a leitura e discutir aspectos inerentes à produção e colocação do livro em todos os pontos do país.
O representante da Ndjira, Celso Muianga, explicou que a iniciativa surgiu num encontro editores internacionais na Espanha, que acontece anualmente, sendo que decidiu-se igualmente pela realização de um acto idêntico, mas em diversos países falantes da língua portuguesa no Continente Africano.
Para ele, o evento servirá ainda como pretexto para que se possa difundir bibliotecas e livrarias em todo o país, ao mesmo tempo que se pretende ajudar a desenvolver e diversificar as acções da Biblioteca Nacional, instituição que gere as bibliotecas provinciais e distritais, como plataforma de interacção entre os amantes do livro e as instituições que o colocam à disposição.
Para este primeiro encontro tinham sido convidadas 11 personalidades ligadas à literatura, contudo, dificuldades diversas fizeram com que o número reduzisse, estando presentes apenas seis.
Por outro lado, tinham sido agendados lançamentos de livros, o que inauguraria uma nova fase de produção da Ndjira, que visa preços módicos, mas tal poderá não acontecer devido a questões de ordem burocrática.
Ao longo do programa irão ser realizados debates e encontros de leituras e reflexões sobre a literatura.
Aliás, ainda ontem realizou-se uma palestra que teve como oradoras Rita Chaves e Fernanda Cavacas, subordinada ao tema “A Literatura de Língua Portuguesa: Histórias de um percurso”. Igualmente falaram Luís Carlos Patraquim e Waldir Araújo.
A abertura do evento contou ainda com a apresentação do showesia de Tânia Tomé, que exibiu dois números.
Na ocasião, Machado da Graça, que representa a associação de editores e livreiros moçambicanos, uma agremiação em fase de criação, recordou que a escassez de bibliotecas e livrarias em Moçambique é uma das razões para a fraca qualidade do ensino, mas também no número, ínfimo, de pessoas que lêem.
Mais do que competidores, os editores e livreiros, congregados nessa associação, pretendem colaborar na disseminação do livro e da leitura, conjugando esforços para que o livro chegue aos locais mais distantes do nosso país.