Para o governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, a fraca produção e produtividade que, por consequência resultam na fraca capacidade de exportação é um dos principais factores que concorre para o alargamento do défice da balança de pagamentos do país bem como na subida da inflação.
Gove referiu que urge compreender-se que estamos ainda no rescaldo da crise financeira internacional e era previsível que estando as nossas exportações a decair 30.3% de 2008 para 2009, enquanto que as importações caem apenas 11% é claro que se cria um défice na balança de transacções correntes. Gove disse que não há uma varinha mágica para ultrapassar a situação.
“Isto exige um esforço de todos. Temos que juntar esforços no sentido de criar condições para que o país produza mais e coloque os seus produtos noutros mercados, aliviando, desta forma, o nível de importações”, sublinhou.
Segundo o governador do BM, as implicações são uma pressão muito grande sobre a taxa de câmbio. Por outro lado, Moçambique ainda não conseguiu sair, nos últimos 10 anos do nível de 600 milhões de dólares em exportações. Ou seja, o país tem sempre a propensão de importar enquanto as exportações não crescem na mesma magnitude e isso, naturalmente, é uma forte pressão sobre a taxa de câmbio.
Por outro lado, Gove chamou atenção para dois aspectos, explicando que mesmo o processo de recuperação da economia mundial, que prevê um crescimento em cerca de 2.6 porcento para as grandes economias, a verdade é que o preço das comodities (matérias-primas) vai subir, por exemplo, dos combustíveis, um recurso que tem grande impacto sobre a economia moçambicana.
Tudo passa pelo aumento de produção
Aires Aly, primeiro ministro de Moçambique, reconhece que a situação está complicada, contudo, avança referindo que tudo passa pelo aumento de produção.
Para Aly é importante a criação de sinergias no sentido de o país buscar soluções de reduzir as importações e aumentar as exportações.
É assim que, com vista a resolver a situação, Aires Aly refere que o seu governo está a tomar um conjunto de medidas. Dentre elas destacam-se os subsídios selectivos para vários sectores produtivos.
Aires Aly aponta a conjugação de factores (depreciação do metical e tendência flutuante dos preços de petróleo no mercado internacional) como sendo o motivo que pressiona o governo aumentar combustíveis e consequentemente outros produtos básicos.
SAVANA – 06.08.2010