Em Angoche
Mais de duas mil famílias, que residem nas ilhas de adjacentes do município da cidade de Angoche, recusam-se a abandonar as suas zonas de origem apesar de reconhecerem o risco que as suas vidas correm devido a factores ambientais, em particular a erosão dos solos, segundo uma fonte do governo local.
A erosão dos solos nas ilhas adjacentes de Angoche, um fenómeno que se faz sentir com maior impacto, sobretudo na ilhas de Buzu é resultado do abate indiscriminado do mangal por parte das populações locais.
De acordo com Américo Adamugi, presidente do Munícipio de Angoche, aquele recurso florestal é usado não só para construção de habitações, mas, principalmente como fonte de subsistência, pois que a sua venda no continente tem mercado assegurado.
O edil referiu que a ameaça da erosão contra a vida das populações nas ilhas adjacentes do seu município é séria, acrescentando que na Ilha de Buzu uma porção de terra desintegrou-se recentemente da outra considera maior.
Com efeito, 85 famílias, que vivem na parte que se desintegrou na Ilha Buzu, solicitaram á edilidade de Angoche apoio para o seu reassentamento na parte continental da cidade, que foi aceite, tendo já sido parcelados talhões para a construção de habitações.
Entretanto, os esforços no sentido de mobilizar os habitantes a abandonar aquelas ilhas vão prosseguir por parte da edilidade, conforme garantias do edil de Angoche, que avançou um plano para contenção dos efeitos da erosão através do plantio de mudas de mangal que estão a ser multiplicadas no viveiro municipal criado para o efeito com a ajuda da WWF, organização mundial para a natureza.
Estamos a estudar as razões subjacentes à relutância das populações que vivem nas ilhas em risco no sentido de abandoná-las. Porque em termos de potencial económico que garanta a sua sobrevivência não existe absolutamente nada senão a pesca, cujas espécies exploradas estão em risco de extinção devido à práticas nocivas como o uso da rede Mosquiteira - disse Américo Adamugi.
WAMPHULA FAX – 18.08.2010