Pressão sobre o Governo
“Da mesma forma que honramos o compromisso de libertar a terra e os homens, do Rovuma ao Maputo, o Governo também deve nos honrar e dar-nos boas condições de vida e habitação” - Rock Chooly, secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional
A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) quer que o Governo construa casas para os seus associados, mais precisamente os deficientes de guerra. A exigência foi feita pelo secretário-geral da agremiação, Rock Vicente Chooly, e dirigida especificamente ao Ministério dos Combatentes.
A organização recebeu recentemente terrenos para os seus membros, oferecidos pelo município da Matola. Rock Vicente diz que não bastam os terrenos, é preciso que o Governo construa casas nos espaços atribuídos pela edilidade.
Os antigos combatentes abrangidos pela distribuição de terrenos na Matola são maioritariamente deficientes de guerra, que vivem no Centro IV Congresso na Matola, há mais de uma década. Com a concessão dos terrenos, esta terça-feira, Rock Chooly já veio a terreiro apelar para que o Ministério dos Combatentes não deixar os beneficiários registarem os terrenos em seus nomes para se evitar o risco de os venderem, tal como referiu “já aconteceu noutras ocasiões”.
“O que o Governo deve fazer é construir casas. Sempre que os nossos colegas recebem terrenos vendem e voltam a viver no Centro IV Congresso. Desta vez, o Ministério dos Combatentes deve assumir a responsabilidade de ter os terrenos e construir casas. O Ministério não os deve deixar registar os terrenos’’, disse.
Não se trata de um favor
Segundo Rock Vicente, a concessão de terrenos e a construção de casas para os combatentes, não se trata de um favor, mas, sim, do cumprimento da Lei 3/2003 de 17 de Janeiro, que defende a criação de melhores condições de habitação para os combatentes. “’Este é o primeiro passo, depois vamos ver se o Governo vai cumprir com o que falta, que é a assistência na construção de casas e concessão de empréstimo para que os combatentes melhorem as suas condições de vida”.
A fonte não entrou em detalhes sobre o número exacto dos combates que actualmente vivem no Centro IV Congresso, uma vez que os mesmos existem há muito tempo e parte deles abandonou o centro indignados com as más condições em que viviam no local.
Já o presidente do Conselho Municipal da Matola, Arão Nhancale, disse que a entrega formal de 40 talhões é uma das formas de ver criadas, cada vez melhores condições de vida para os antigos combatentes. (Cláudio Saúte)
CANALMOZ – 30.09.2010