Na província de Gaza
Frelimo nega as acusações da autoria das escaramuças
Membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na província de Gaza, foram impedidos de participar nas cerimónias centrais das comemorações dos 46 anos do início da luta de libertação nacional, que naquela província tiveram lugar no posto administrativo de Zongoene, em Xai-Xai.
Tudo começa quando a caravana do MDM que se deslocava ao local da cerimónia, foi interceptada por um grupo de indivíduos que trazia camisetes e bandeiras do partido Frelimo, tendo gerado uma grande confusão. A Polícia teve de intervir para que os membros do MDM tivessem passagem para o local de cerimónia. Na confusão, um membro do MDM foi agredido fisicamente e contraiu ferimentos na face.
Já no local da cerimónia, os membros do MDM que traziam camisetes e bandeiras do seu partido, foram impedidos de fazer parte da cerimónia, alegadamente porque não era dia de campanha. Mas, no local, existiam membros da Frelimo rigorosamente vestidos com camisetes, capulanas, bonés e bandeiras com imagem da Frelimo e do seu presidente Armando Guebuza. Depois de uma troca de acusações, foi permitido ao MDM fazer parte da cerimónia.
Falando ao nosso jornal, a delegada do MDM em Gaza, Judite Sitoe, acusou o partido Frelimo, de mais uma vez, impedir que o MDM fizesse parte das cerimónias de Estado.
As indirectas contra o partido de Simango
Durante as cerimónias, as entidades do Estado que ali estiveram representadas, pautaram-se por um discurso que exaltava o partido Frelimo e seus dirigentes. Foram também lançadas muitas indirectas contra o partido de Simango. O governador Raimundo Diomba chegou mesmo a dizer para que os jovens tenham cuidado, porque há um partido que surgiu por aí a querer enganar esta faixa etária, mas que esse partido não tem ideias e só sabe criticar. Disse que é preciso proteger os jovens de Gaza contra este suposto partido. Os membros do MDM entenderam a mensagem como se fosse uma indirecta contra o seu partido.
Frelimo recusa seu envolvimento nas escaramuças
Entretanto, contactado o primeiro secretário do partido Frelimo, na província de Gaza, Alves Zitha, este recusou todas as acusações que pesam contra o seu partido, alegando que os membros do MDM foram agredidos por elementos da comunidade de Zongoene e não pela Frelimo.
“A Frelimo é uma instituição. A Frelimo não agrediu a ninguém. Eles (do MDM) arranjaram problemas com a comunidade e envolveram-se em escaramuças. Isto aconteceu depois de ter cessado o comício que foi dirigido pelo camarada governador. Eles estiveram presentes na cerimónia, exibiram as camisetes e bandeiras do partido e nós calámos”, foi com estas palavras que Alves Zitha reagiu às acusações dos membros do MDM.
A Frelimo é acusada de estar a tornar a província de Gaza numa ilha sua, onde não admite a existência e convivência com outra qualquer força política da oposição, excepto a dita oposição que ela própria estimula para tentar contrariar a verdadeira oposição. O recurso à violência e a intimidação aos membros dos partidos da oposição existentes nesta província do sul do país é um dos recursos mais usados pelo partido no poder.
(Matias Guente e Redacção)