Moçambique para todos

Implementação da lei sobre a declaração de bens será ineficaz em Moçambique

Devido à falta de vontade política do Governo

- considera Isabel Rupia, antiga directora do Gabinete Central de Combate à Corrupção, que já ocupou, igualmente, o cargo de procuradora-geral adjunta da República

“Presidente Guebuza devia ser exemplo, declarando publicamente seus bens” – idem

A necessidade de aprovação de uma lei sobre a declaração de bens dos titulares de cargos públicos, monitorização e fiscalização da mesma lei são propostas avançadas, ontem, em Maputo por alguns participantes no encontro de apresentação pública da Proposta de Código de Conduta dos Titulares de Cargos Públicos que envolve lei sobre a declaração de bens.

Trata-se de uma proposta de Código que virá estabelecer as bases e o regime jurídico a que passarão a estar sujeitos os titulares de cargos públicos, relativo à moralidade pública e ao respeito pelo património público.

HOMENAGEM AO ESCRITOR ALBERTO VIEGAS

Crónica de: Gento Roque Chaleca Jr. em Bruxelas

 “ (...) Quando decido meter mãos a um empreendimento, não gosto de me acomodar na sua periferia. Só me sinto, realmente, satisfeito quando atinjo o cerne do tema… Sinceramente sinto até um certo conforto nisso e considero-me realizado com os livros que escrevi.” Alberto Viegas em entrevista ao Jornal Wamphula Fax (s/data).

Foi na onda da procura de Salvador Maurício (em 2005) que conheço, pela primeira vez, o expoente-máximo da literatura macua, Alberto Viegas. Anos depois, por imperativos profissionais, desemboquei em terras de Nampula e a partir daí o contacto com o escritor passou a ser quase diário. A bem dizer foi através de uma entrevista ao jornal Wamphula Fax que passei a admirar aquele compêndio humano e um dos mais apreciados cartões-de-visita de toda a província de Nampula. Tenho em mim que quando realizo um sonho sagrado – desta natureza – agradeço aos espíritos pela bênção. E foi realmente o que aconteceu, uma galinha bem gordinha foi sacrificada nesse dia.

Corredor do Norte: Novo accionista não está cumprir

O GRUPO INSITEC, liderado pelo jovem empresário, Celso Correia e actual presidente do Conselho de Administração do Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), corre o risco de perder a sua participação na estrutura de accionistas da empresa por não estar a honrar com os compromissos assumidos desde a altura em que passou a deter o maior capital na sociedade cuja actividade principal é o transporte ferroviário de passageiros e de carga para além de operações portuárias no “Corredor de Nacala”.

Maputo, Sexta-Feira, 24 de Setembro de 2010:: Notícias

Este facto foi avançado pelo presidente do Conselho de Administração dos CFM, Rosário Mualeia que, disse ao nosso jornal que desde a altura que a INSITEC entrou no negócio ainda nada fez ou demonstrou no terreno aquilo que estava a referir quando pretendia integrar a estrutura accionista da Sociedade de Desenvolvimento do Corredor Norte que, segundo Celso Correia, na ocasião da tomada de posse, os objectivos passavam pela assunção por parte do grupo de uma posição de liderança no sector ferro-portuário.

Frelimo em I’bane avalia desempenho do Governo

O PARTIDO Frelimo, em Inhambane, chamou há dias ao distrito de Funhalouro todos os administradores distritais, os primeiros-secretários dos comités distritais, chefes de postos administrativos, secretários dos comités de zona, presidentes das localidades para um seminário de avaliação do grau de implementação do programa de alívio à pobreza naquele ponto do país.

Maputo, Sexta-Feira, 24 de Setembro de 2010:: Notícias

Neste encontro, o Governo provincial apresentou os projectos de desenvolvimento em curso, nomeadamente o novo plano de  controlo e acompanhamento dos projectos financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Distrital, projectos de criação de florestas comunitárias, planos de construção e preservação de cisternas e caleiras para o aproveitamento das águas pluviais, entre outras iniciativas tendentes a incrementar o desenvolvimento da província.

Exposição de Escultura Makonde de Frank Arroni Ntaluma, “20 Anos de Escultura” (1990 – 2010)

CONVITE

O Presidente da Câmara, Desidério Jorge da Silva, tem a honra de convidar V. Exa. para visitar a Exposição de Escultura Makonde de Frank Arroni Ntaluma, “20 Anos de Escultura” (1990 – 2010), que irá estar patente na Galeria Municipal de Albufeira, de 24 de Setembro a 22 de Outubro de 2010.

A Inauguração da Exposição terá lugar pelas 15 horas do dia 24 de Setembro de 2010, 6.ª feira, com a presença do Artista, do Sr. Embaixador da República de Moçambique em Portugal, Dr. Miguel da Costa Mkaima e do Sr. Deputado da Assembleia da República de Moçambique pelo Círculo da Europa e do resto do Mundo, Dr. Rui Sixpence Conzane.

Um poeta esquecido na África

  

Fernando Gil mantem um site de assuntos ligados a Moçambique

Estudioso luso-moçambicano diz que hoje só descendentes de Gonzaga em Moçambique conhecem a importância do ascendente ilustre

Patrícia Rosseto

O poeta Tomás António Gonzaga morreu no exílio na Ilha de Moçambique, antiga capital das posses­sões portuguesas na África Oriental, entre os dias 24 de janeiro e 1^o de fevereiro de 1810, deixando uma filha e um filho de seu casamento com Juliana de Sousa Mascarenhas, nascida em Moçambique. O filho morreu solteiro ainda jovem, mas a filha Ana casou-se em segunda núpcias com Adolfo João Pin­to Magalhães, que haveria de se tornar um dos mai­ores traficantes negreiros da Ilha de Moçambique no começo do século XVIII.

Alguns de seus descendentes ainda moram na Ilha de Moçambique, ao Norte, embora muitos te­nham mudado para a antiga Lourenço Marques, hoje Maputo, capital da República Moçambicana, ao Sul. O estudioso Fernando Gil, que nasceu na Ilha de Moçambique e hoje mora na Costa da Caparica, per­to de Lisboa, conheceu vários tetranetos de Gonza­ga, que hoje se orgulham do ascendente distante e ilustre. Quase todos são descendentes de macuas, uma das nações majoritárias da Ilha de Moçambi­que e no continente fronteiro.

Moçambique e o desenvolvimento ou prelúdio de uma nova fase

O governo moçambicano ao anunciar o congelamento de preços e subsídio a produtos básicos, conseguiu contornar a situação delicada na sequência da explosão social dos dias 1 e 2 de Setembro, que teve como causa principal a carestia de vida e subida de preços de bens de consumo. Apesar de algumas vozes dissonantes, a medida foi aplaudida consensualmente de todos os quadrantes, com os sectores da vida social, política e económica, a considerarem uma vitória a consagrar os valores humanos sobre o materialismo.
Por Inácio Natividade
É dever dos governantes olhar em primeiro lugar para as dificuldades daqueles que mais necessitam, são os mais vulneráveis e aqueles a que o estado social se auto-define. A crise teve ressonância profunda até ao âmago do partido do governo, porque apesar de alguns desacertos com o rufar do vento a Frelimo continua a ser o partido do povo.
Efectivamente enquanto os desacatos se verificavam, ninguém da Comissão Politica do partido Frelimo e do governo dormiu até a conclusão concertada, com o governo a ter de conciliar as diferenças com uma importante guinada ao encontro do seu eleitorado tradicional.
Feitas as contas entre somar e subtrair, conclui-se que havia que dividir as despesas e encargos entre governo e produtores, ficando-se a saber que caberá ao governo carregar o maior fardo.
Enquanto no partido Frelimo e no governo não podia haver sono, a nível da oposição ressonava-se e bem., assim se explica o sonambulismo evidenciado do representante da Renamo: Num momento em que se fala de escassez de receitas provenientes da colecta de impostos, veio a público dizer que a solução do problema residia na redução do valor dos impostos.

Código de conduta vai impedir deputados de exercerem funções em empresas

A Unidade Técnica da Reforma Legal de Moçambique (UTREL) vai submeter à aprovação da Assembleia da República um código de conduta que impede os deputados de exercerem funções remuneradas em empresas do Estado ou participadas pelo Estado.
A idoneidade dos membros da Assembleia da República de Moçambique tem sido frequentemente posta em causa por não haver nenhum impedimento legal aos parlamentares em relação à ocupação de cargos em instituições públicas ou privadas.
Vários deputados do partido no poder em Moçambique, FRELIMO, são simultaneamente presidentes do conselho de administração de uma ou mais empresas públicas, situação que gera uma situação de conflitos de interesses quando essas instituições são alvo de petições dirigidas ao parlamento.

GONZAGA CONTINUA NO EXÍLIO AFRICANO

Ossos que vieram de África para o Museu da Inconfidência, em 1936, são do neto do poeta

O poeta Tomás António Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu, a coleção de poemas líri­cos mais popular da literatura de língua portuguesa, nasceu no bairro de Miragaia, no Porto, mas viveu parte da infância e da juventude no Recife, Bahia e Rio de Janeiro, antes de voltar para a Portugal estu­dar em Coimbra. Gonzaga morreu entre 25 de janei­ro e I^o de fevereiro de 1810 e foi sepultado na igreja do convento de São Domingos dedicado à Nossa Senhora do Rosário, na ilha de Moçambique.

Como consta do livro Gonzaga, um Poeta do Ilu­minismo, do professor Adelto Gonçalves, em 1852, esse templo foi demolido por estarem suas paredes comprometidas e os ossos do poeta perderam-se. Não há indícios de que tenham sido trasladados para outra igreja. Os ossos que em 1936 foram traslada­dos da África para o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, são de seu neto, Tomás António Gonza­ga de Magalhães, que havia sido enterrado na igreja de Nossa Senhora dos Remédios, na Cabaceira Gran­de, no continente fronteiro à ilha. A lápide da sepul­tura está lá até hoje.

Bacharel em Direito, Gonzaga montou banca em Lisboa e ainda candidatou-se, sem êxito, à cadeira de Direito Pátrio em Coimbra, antes de ingressar na magistratura em 1778. Foi juiz de fora em Beja, até que em fevereiro de 1782 saiu sua nomeação para ouvidor-geral de Vila Rica, em Minas Gerais.

Condenados a serem pobres (Repetição)

Do nº de Maio de 2004 da National Geographic(Portugal) retirei o quadro comparativo ( China/EUA) que podereis analisar.
Vem isto a propósito de, ao lado do citado quadro, vir a seguinte afirmação de Peter Raven ( botânico e conservacionista):
"Se todos vivessem como os americanos, seriam precisos três planetas como a Terra para sustentar esses níveis de consumo."
Colocando-se assim esta impossibilidade, resta concluir ser inevitável a manutenção da pobresa para muitos milhões de seres humanos.
Não serão as intenções propaladas, as ofertas disfarçadas das melhores intenções, as ongs, etc. que modificarão a situação e que a realidade parece demonstrar.
Não resta pois a quem queira sair da pobresa que agarrar na "enxada", suar e puxar para a frente.
E não são a maioria dos actuais dirigentes dos países pobres que induzirão os respectivos povos a isso. Basta verificar como as suas contas bancárias, sem qualquer explicação, e independentemente do que muitas vezes afirmam, aumentam e delas só se sabe em escândalos, inopinadamente revelados.

NOTA:

Seis anos passados que se modificou? Quase nada.

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE

Mandioca de Nampula atrai investidores brasileiros e portugueses

Prevê-se aumento da produção em 9 milhões de TON./ano

 Um grupo de empresários brasileiros e portugueses acaba de manifestar interesse em investir na produção da mandioca da província de Nampula e Niassa, com a finalidade de aumentar a capacidade de produção para fins comerciais.

Com a injecção do capital externo na produção da mandioca de Nampula, as projecções indicam que a produção anual poderá passar dos actuais três milhões de toneladas por ano, para a fasquia de nove milhões de toneladas/ano.

Para o aproveitamento da produção anunciada, vai ser implantada uma fábrica de processamento dos derivados de mandioca, num investimento orçado em 500 mil dólares norte-americanos, valor que inclui, igualmente, a investigação das plantas tropicais na região.

Sasol produz combustível de aviação sintético

ÁFRICA DO SUL

A empresa sul-africana de petroquímica, SASOL, anunciou que um avião de passageiros movido a combustível produzido a partir do carvão havia descolado do aeroporto de Lanseria, a norte de Joanesburgo, com destino à Cidade do Cabo, na passada terça-feira. O combustível, produzido pelo processo CTL (carvão-para-líquidos), é o primeiro a ser utilizado em aviões com motores a jacto.

Os ensaios da SASOL envolveram o consumo de 800.000 litros de combustível sintético. O novo combustível trás vantagens económicas e ambientais para o consumidor, segundo Pat Davies, director executivo da SASOL, devido ao teor reduzido de enxofre e níveis elevados de hidrogénio.

A SASOL foi criada durante o regime do apartheid para produzir gasolina e gasóleo a partir do carvão.

(Redacção / Engineering News Online)

CANALMOZ – 23.09.2010

Estação comercial “LM Radio” reiniciou transmissões a partir de Maputo

A “LM Radio”, estação emissora comercial que emitia nas línguas inglesa e africânder antes da independência, e que foi mandada encerrar pelo governo da Frelimo em Outubro de 1975, reiniciou as transmissões a partir do território moçambicano na passada segunda-feira. As transmissões, que são em regime experimental, decorrerão até meados de Outubro do corrente ano. Prevê-se que o alvará, formalizando o reinício das transmissões em moldes comerciais, venha a ser publicado dentro de dois meses.

As transmissões, utilizando os emissores da Rádio Moçambique, são feitas em Frequência Modulada, podendo ser escutadas na região da Grande Maputo e Ponta do Ouro. Paralelamente a estas emissões, a LM Radio pode também ser escutada através da grelha de programas da DSTV, utilizando o satélite Intelsat 10.

Crescimento do sector informal preocupa agentes económicos em Moçambique

– refere a KPMG no lançamento dos resultados do Índice do Ambiente de Negócios em Moçambique, edição 2010

Cerca de 78% dos agentes económicos entrevistados pela KPMG em 2009 dizem que enfrentaram corrupção nos serviços públicos. Apenas 22% declarou que não sofreu algum tipo de suborno monetário ou outra manifestação corrupta.

 O crime organizado, a corrupção e o excesso de burocracia na prestação de serviços públicos constituem os principais constrangimentos para a actividade económica em Moçambique. Esta é a conclusão do estudo sobre o Índice do Ambiente de Negócios (IAN) no país, edição 2010, tornado público ontem em Maputo. O mesmo estudo refere ainda que a concorrência desleal do comércio informal está a preocupar os agentes económicos formalizados. O estudo é da empresa de auditoria e consultoria, KPMG.

Corrupção

Relativamente à corrupção, o estudo aponta que este ano, apesar dos esforços do Governo em introduzir medidas para combater o mal, 78 porcento dos agentes económicos entrevistados afirmou que foram expostos à corrupção no último ano. A pesquisa envolveu mil empresas nacionais e sublinha que a corrupção afecta toda a sociedade, principalmente os negócios das empresas.

Preço cobrado para obtenção de visto moçambicano poderá baixar

– afirma ministro do Turismo, Fernando Sumbana

O preço dos vistos de entrada em Moçambique poderá ser revisto brevemente, caso o Governo chegue à conclusão que a subida decretada há dois meses está a reduzir as receitas para o sector do turismo e a retrair o investimento estrangeiro. Esta informação foi avançada ao Canalmoz pelo ministro do Turismo, Fernando Sumbana Júnior.

Sumbana disse que “o preço é reversível, pois o Governo ainda está a analisar as repercussões que a subida do preço do Visto poderá trazer para a economia nacional, principalmente para o sector de turismo”. “Esta análise poderá fazer com que o preço do Visto possa baixar”.

O Governo decidiu em Julho passado, de forma unilateral, sem consultar o sector privado, agravar o preço do Visto e do Documento de Identificação de Residentes Estrangeiros (DIRE). O preço cobrado para a obtenção do Visto aumentou em cerca de 200%, para se conformar com os preços praticados nos demais países da região. Por outro lado, o DIRE passou de 10 euros para 500 euros.

Sai livro póstumo do fotógrafo Luís Abelard

Maputo, Quinta-Feira, 23 de Setembro de 2010:: Notícias

UM livro de fotografia retratando o trabalho de artistas plásticos moçambicanos é lançado hoje em Maputo, em evento a ter lugar na Associação Moçambicana de Fotografia (AMF). Da autoria de Luís Abelard, fotógrafo recentemente falecido, a obra é intitulada “Com as Mãos” e retrata o quotidiano de alguns dos principais intervenientes das artes plásticas do nosso país.

Quando concebeu e desenvolveu o projecto, Luís Abelard seleccionou 24 artistas plásticos moçambicanos enquanto trabalhavam nas suas obras, nas condições e nos seus locais habituais. Quis o fotógrafo registar a relação entre o criador e a sua obra, realçar a plasticidade da cor e a magia do movimento, os gestos e os momentos. Também pretendeu provocar o menor ruído possível e conseguir um resultado mais real e natural, mesmo tendo em conta os “riscos” em termos técnicos e estéticos.

As fotografias de cada artista estão acompanhadas por um texto de autores que conhecessem ou estivessem próximos dos modelos – contributos pessoais que, pela sua relação com a arte moçambicana, trazem o lado humano e emotivo de cada um deles.

Inflação está acima da previsão inicial

A DEPRECIAÇÃO do metical face ao dólar dos Estados Unidos e o rand sul-africano continua a ser factor determinante para a tendência inflacionista que o país está a registar, caracterizada pela subida generalizada, sobretudo de produtos básicos.

Maputo, Quinta-Feira, 23 de Setembro de 2010:: Notícias

Informações divulgadas, ontem, em Maputo, pelo Banco de Moçambique indicam que, até Agosto, a inflação acumulada e homóloga se situa nos 12,12 e 17,08 porcento, respectivamente, muito acima das previsões iniciais do Governo que apontavam para um dígito.

Segundo o Administrador do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa, outro factor que tem vindo a pressionar o custo de vida relaciona-se com a chamada inflação inercial, ou seja, mesmo sem alteração dos preços no mercado os agentes económicos já têm incorporado uma expectativa de comportamento futuro dos custos dos bens e serviços.

A tendência inflacionista é pressionada pelas classes de alimentação e bebidas não alcoólicas e a da habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis tiveram uma contribuição na inflação acumulada de 7,76 pontos percentuais e 1,08 ponto percentual, respectivamente.

Mais animais para Reserva de Maputo

Até 2012 a Reserva Especial de Maputo, no distrito de Matutuíne, vai receber mais de mil e quinhentos animais da África do Sul, no quadro de um ambicioso programa de repovoamento de várias espécies.

Maputo, Quinta-Feira, 23 de Setembro de 2010:: Notícias

Para além das que existem actualmente na reserva, o programa, a cargo do Ministério do Turismo de Moçambique, prevê a entrada na reserva de Maputo de zebras, girafas, inhalas, facoceros, kudos, impalas e outras espécies que nunca ali habitaram. Há dias foram ali largadas três zebras e vinte e três impalas, no que constituiu o arranque simbólico deste programa de repovoamento animal da Reserva Especial de Maputo.

Vale compra fatia maioritária da Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Nacala

Em África os que estão no Poder não aceitam passar o trono para os mais novos e outros que deviam estar reformados ainda são candidatos

LÍDERES AFRICANOS

Abdulai Wade (Senegal)  ........................Idade 83

Hosni Mubarak ( Egypt ) .........................Idade 82

Robert Mugabe ( Zimbabwe )------------- Idade 86

Hifikepunye Pohamba ( Namibia ) ...... Idade 74
Rupiah Banda ( Zambia )------------------- Idade 73
Mwai Kibaki ( Kenya ).............................. Idade 71
Ellen Johnson Sirleaf ( Liberia ) .......... Idade 75

Colonel Gaddafi (Libya) ......................... Idade 68
Jacob Zuma (South Africa).................... Idade 68
Bingu Wa Mtalika (Malawi)..................... Idade 76

Idade média:        75.6  Aproximadamente: 76 anos
____________ 

Patrícia Mota Paula fala à RDPAfrica

Patrícia Mota Paula é investigadora em Africanologia e Lusofonia e deu esta entrevista à RDPAfrica em 21.09.2010 com enfoque nas rádios comunitárias da Guiné-Bissau e de Moçambique.

Ouça aqui http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=3797&e_id=&c_id=4&dif=radio

Contactos:

[email protected]

www.africamedia.blogspot.com

Funcionários do IGEPE beneficiam de crédito do BCI

Para habitação, leasing para aquisição de viaturas, entre outros serviços

Os quadros do Instituto de Gestão de Participação do Estado (IGEPE) passarão a beneficiar de prontos serviços bancários personalizados e de crédito bancário bonificado e com taxas especiais no Banco Comercial e de Investimentos (BCI), visando melhorar a qualidade de vida dos funcionários e colaboradores do IGEPE. Um acordo de parceria assinado pelas duas instituições, IGEPE e BCI, prevê que os funcionários do IGEPE, vão passar a beneficiar de crédito de habitação, leasing para aquisição de automóveis, bem como para o pagamento de propinas académicas para os funcionários.

O acordo foi assinado ontem pelo Presidente da Comissão Executiva do BCI, Ibrahim Ibrahim, e Hipólito Hamela, presidente do Conselho de Administração do IGEPE.

Esta parceria vai, igualmente, dinamizar o sistema de pagamento de salários aos funcionários do IGEPE bem como facilitar outras cobranças e pagamentos através de uso de um sistema bancário mais institucionalizado.

Leia em http://www.canalmoz.com/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&id=13&idRec=8748

Governo falhou ao congelar os preços dos combustíveis

– considera a economista Clara Pereira, do MB Consulting

“Se o Governo continuar a congelar os preços, vai gastar mais dinheiro e um dia ficará sufocado”

A revolta popular ocorrida entre os dias 1 e 3 de Setembro corrente, nas cidades de Maputo e Matola, terão sido provocadas por falhas cometidas pelo Governo ao congelar os preços dos combustíveis durante o período antecedente às eleições do ano passado, e ao subsidiar algumas empresas públicas, o que quebrou o funcionamento normal do mercado.

Segundo a economista da MB Consulting, Carla Pereira, se os ajustes dos preços registados depois das manifestações de 5 de Fevereiro tivessem sido feitos de forma gradual, o Governo não teria se sentido tão apertado e obrigado agora a fazer subir quase tudo, em simultâneo, a ponto de ter introduzido subidas explosivas nos preços dos combustíveis aumentos de água, energia, farinha, arroz, de uma única vez.

Procuradoria-Geral da República diz que não fiscaliza ilegalidades da Frelimo

Frelimo mantém campanha Eleitoral extemporânea

O secretário-geral da PGR, Adriano Boane, confirma que a publicidade é ilegal, mas diz que a procuradoria não entra neste caso. “Não é assunto da Procuradoria”. “Existem posturas camarárias que devem ser observadas. É a polícia camarária que deve velar por essas questões”, sentenciou aquele magistrado e recomendou: “Pergunte aos órgãos municipais, primeiro, porque para alguém colocar uma placa publicitária na rua tem de pedir autorização ao Conselho Municipal”.

No início do corrente mês, o Canalmoz e o semanário Canal de Moçambique publicaram artigos dando conta da violação grosseira da lei eleitoral em vigor no país, praticada pelo partido no poder, Frelimo por via da perpetuação da campanha eleitoral nas vias públicas da cidade de Maputo e outros pontos do país, no período pós-eleitoral, acto manifestamente ilegal, segundo o artigo nº 18 Lei 7/2007. A ilegalidade desta situação foi nesses artigos reconhecida pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), João Leopoldo da Costa, que, entretanto, disse não ser da competência da instituição que dirige, mandar a Frelimo remover os painéis propagandísticos da Frelimo nos espaços públicos. Agora é a PGR que confirma que a Frelimo ao insistir em manter os cartazes está a incorrer numa ilegalidade, mas recusa-se a actuar.

Petróleo em Inhambane: Sasol autorizada a iniciar pesquisas

A COMPANHIA petroquímica Sasol vai iniciar nos próximos tempos os trabalhos de pesquisa de hidrocarbonetos no bloco A, na província de Inhambane, na sequência de um contrato de concessão de pesquisa e produção de petróleo ontem rubricado em Maputo entre aquela multinacional e o Governo.

Maputo, Quarta-Feira, 22 de Setembro de 2010:: Notícias

Durante um período máximo de oito anos, a companhia sul-africana, de parceria com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), deverá investir de forma faseada um total de 25 milhões de dólares norte-americanos em actividades que se espera levem à descoberta de gás ou petróleo.

Para a atribuição desta concessão, a Sasol foi proclamada vencedora de um concurso público internacional lançado pelas autoridades moçambicanas, no qual também concorria a operadora Osho.

A área A ontem concessionada faz parte da bacia sedimentar de Moçambique e situa-se perto dos jazigos de Pande e Temane, assim como de outros achados de gás natural, alguns deles feitos recentemente, como, por exemplo, as descobertas técnicas de gás natural em Njika-1 e Njika-2, perfurados nos blocos 16 e 19 no mar.

Falando momentos depois da assinatura do contrato de concessão, Esperança Bias, Ministra dos Recursos Minerais, considerou que a avaliação daquelas descobertas feitas no âmbito das operações de pesquisa conduzidas pela própria Sasol, incluindo a do jazigo de Inhassoro, é prioritária, a fim de se determinar a viabilidade da sua exploração comercial dentro dos prazos estabelecidos nos contratos assinados.

Nos últimos anos tem se reportado em vários pontos de Moçambique a ocorrência de gás natural, o que para Esperança Bias leva a acreditar que o país tem um potencial elevado para este tipo de hidrocarbonetos. 

Na ocasião, a governante também se referiu às empresas envolvidas no contrato, considerando que tanto a Sasol como a ENH têm uma experiência de longos anos nas operações petrolíferas, quer na pesquisa de hidrocarbonetos, quer na produção de gás natural.

Sublinhou, no entanto, que a formação de técnicos e quadros nacionais constitui uma das linhas-chave da estratégia do Governo no sector dos recursos minerais e é ainda uma obrigação dos concessionários neste e noutros contratos de pesquisa e produção de petróleo.

Tal como tem sido feito no âmbito dos outros contratos, a ministra referiu ser essencial que se mantenha uma colaboração estreita com as comunidades e agentes económicos nas áreas de operação, o apoio através de acções de responsabilidade social corporativa e o respeito pela defesa e protecção do meio ambiente.   

Para além da Ministra dos Recursos Minerais, rubricaram o acordo o Director Executivo da Sasol Petroleum Internacional, Ebbie Haan, e o Presidente do Conselho de Administração da ENH. EP, Nelson Ocuane.

Desejando obter a nacionalidade sul-africana: Moçambicanos obrigados a renunciar sua cidadania

MOÇAMBICANOS residentes na África do Sul e que queiram adquirir a nacionalidade local, serão obrigados a renunciar a sua cidadania, ao abrigo da nova lei que proíbe a dupla nacionalidade. A medida abrange a todos os estrangeiros a viver naquele país e surge como parte de uma emenda à lei que, por sinal, está a ser contestada por alguns sectores, incluindo partidos da oposição, chegando a questionar a sua motivação.

Maputo, Quarta-Feira, 22 de Setembro de 2010:: Notícias

Críticos dizem que a lei vai dificultar que refugiados de países em conflitos armados adquiram a cidadania sul-africana, uma vez que lhes será exigida a exibição documentos da sua naturalidade.

PM do Zimbabwe ameaça boicotar eleições de 2011

O Primeiro-Ministro do Zimbabwe avisou que poderá boicotar as eleições agendadas para o próximo ano se as campanhas se tornarem violentas.

Morgan Tsvangirai fez estes comentários depois de pelo menos cinco pessoas terem ficado feridas no domingo, quando pedras foram arremessadas contra participantes em reuniões políticas na capital, Harare.

Os encontros eram para discutir a planeada reforma constitucional no Zimbabwe.

Tsvangirai, que se juntou ao governo de unidade nacional no ano passado, disse que os atacantes haviam sido recrutados para impedir que as pessoas expressassem as suas opiniões.

Ele não disse quem considerava responsável pela violência.

O seu partido, o MDC, concordou em partilhar o poder com a Zanu-FP, do Presidente Robert Mugabe, a seguir às eleições de 2008, marcadas por actos de violência contra os seus apoiantes.

Ao abrigo do acordo de coligação, os velhos rivais concordaram em elaborar uma nova Constituição e em realizar um referendo e novas eleições.

Têm sido feitas por todo o país reuniões públicas de consulta à nova proposta de Constituição, para substituir o texto aprovado quando o Zimbabwe se tornou independente em 1980.

BBC – 21.09.2010

Cabo-verdianos e brasileiros constituem a maior parte dos estrangeiros presos em Portugal

De Cabo Verde, um país de emigração tradicional para Portugal, estão nas cadeias portuguesas 727 presos.

Cerca de 300 brasileiros estão presos em Portugal, a cumprir penas ou a aguardar julgamento, de acordo com dados divulgados pela Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP).
Nas prisões portuguesas estão actualmente 11.535 reclusos, dos quais 10.923 são homens e 612 mulheres.
Ainda de acordo com os dados estatísticos da DGSP, do total de presos 20,4 por cento são estrangeiros. De Cabo Verde, um país de emigração tradicional para Portugal, estão nas cadeias portuguesas 727 presos.
O Brasil é o segundo país em número de reclusos, com 298, seguindo-se a Guiné Bissau, com 229, e Angola com 192. Dos 2 351 presos estrangeiros, 2 168 são homens com mais de 21 anos e 183 são mulheres.
A maioria dos estrangeiros condenados cumpre penas entre três a seis anos de reclusão e do total de 2 351 presos cerca de um terço estão em prisão preventiva, a aguardar julgamento.

AFRICA21 – 21.09.2010

Visita a Portugal do Deputado da Assembleia da Republica de Moçambique pelo Círculo Eleitoral da Europa e Resto de Mundo, Sr. Rui Sixpence Conzane

Por motivos da visita à Portugal do Deputado da Assembleia da Republica de Moçambique pelo Círculo Eleitoral da Europa e Resto de Mundo, Sr. Rui Sixpence Conzane, convoca-se a todos moçambicanos residentes no Algarve, em particular Faro e Olhão, a um Encontro/reunião a realizar-se na Sexta-feira, Dia 24 de Setembro de 2010.

Local: Sede do Partido Comunista Português (PCP) – (Edifício próximo da Cruz Vermelha e teatro Lethes, Faro).

Horas: 19h30min

 

 A Vossa presença é indispensável!

PASSEM A PALAVRA, S. F. F. !!!

Com os melhores cumprimentos,

   

   Victor Guezimane

21/09/10

NOTA:

É no PCP! Não esqueçam… Vejam lá se vão parar ao CDS-PP!

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE

"Memórias de um Caçador Guia em Moçambique", de Amadeu Peixe

Embora já falecido, esta publicação, agora feita pela sua filha Michele, bem merece a nossa leitura e a de todos os que em Moçambique, e não só, se dedicam à fauna selvagem.

"Nestes episódios da sua caminhada em África, o pai menciona nomes de amigos, familiares, clientes dos safaris...pessoas que tiveram grande importância para ele. E a essas pessoas eu também deixo o meu carinho e agradecimento."

Parabéns Michele!

Vá a http://www.michelepeixe.com/amadeupeixe/

“Os Ratos Roeram Tudo”, de Salvador Maurício

Correspondê[email protected] Electró[email protected]

Por: Gento Roque Chaleca Jr., em Bruxelas

[email protected]

 “Sempre que algum tipo de governo se torne destruitivo aos seus propósitos, é um direito do povo a sua abolição”– Autor desconhecido

Uma década e meia e alguns dedos de dias passam quando ouvi, pela primeira vez, Salvador Maurício cantar “os Ratos Roeram tudo”, e que os tempos chegados eram de miséria. Porém, poucas foram as vezes em que a Rádio

Moçambique – Antena Nacional (a única que na altura chegava à terra onde nasci) tocava esta música que marcou uma geração, a de "repolho com milho amarelo", por sinal também é a minha, ouvia, ao agrado do som de ‘xirico’, marca de receptor bastante popular da época. Nessa temporada a "globalização" e a "democracia" andavam há milhas e milhas de Moçambique.

Os que viram o sol antes de mim disseram que esta música, de Salvador Maurício, incomodava de forma ensurdecedora o regime ditatorial da Frelimo numa altura em que também se ouviam gritos de clemência, dentro e fora de portas, contra a “operação produção”, um método destinado a “reabilitar opositores do regime” que teve a bênção do actual presidente da República, estava, bárbara e cruelmente, a picar todos os terrenos da, então, emergente nação moçambicana. Apesar da censura musical, Salvador Maurício não calou a voz, até o ano da sua morte em 2006, denunciou a praga de “ratos” e de “xiconhocas” que o país vem produzindo desde a independência nacional em 1975.

Armando Vara é novo PCA da Camargo Corrêa África

Moçambique e Angola

Armando Vara é o novo presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa África, tendo assim a seu cargo as actividades da empresa brasileira em Moçambique e Angola. A informação foi dada por fonte autorizada da Camargo Corrêa, que adiantou que Vara passou a ocupar o cargo no dia 1 de Setembro, tendo viajado para Portugal no dia 14, com regresso a Maputo previsto para daqui há duas semanas, onde irá trabalhar.

Recorde-se, porém, que Armando Vara é acusado de vários crimes em Portugal, nomeadamente tráfico de influência e dolo. Ocupava, até início de Julho, o cargo de vice-presidente do Millennium BCP (sócio maioritário do Millennium bim) do qual se terá demitido. Note-se que Vara estava suspenso da administração do BCP desde Novembro de 2009, em razão do processo que corre contra si em tribunal.

Em Moçambique, a Camargo Corrêa tem 51% de uma cimenteira, mais precisamente em Nacala, num investimento de cerca de 42 milhões de euros, e uma capacidade de produção de 350.000 toneladas por ano. Por outro lado, também actua no ramo da construção civil, no projecto de uma mina de carvão da também brasileira Vale, em Moatize, num investimento de 1,3 mil milhão de dólares. No sector de energia eléctrica, a Camargo Corrêa detém um contrato de 1,5 mil milhão de dólares para construir a barragem moçambicana de Mpanda Nkuwa.

As outras nações de Moçambique?

1 - Os pneus ardendo nas estradas de Maputo e Matola não obrigaram apenas a parar o trânsito daquelas cidades. Paradoxalmente, esse bloqueio à normalidade abriu acesso a outras estradas que pareciam bloqueadas em todo o país. Os motins obrigaram a repensarmo-nos como país, como entidade que não pode ser dirigida por um pensamento único. As manifestações tornaram visível um outro Moçambique que parecia esquecido e longe dessa “pátria amada” tornada em chavão oficial. No auge da crise, a Frelimo retomou o seu velho método de contacto directo com as bases. Brigadas “saíram” para os bairros e regressaram alarmadas. O sentimento que encontraram nas bases estava distante dos relatórios oficiais que, à força de serem repetidos, pareciam ser a verdade única e total.

Afinal, a zanga não era apenas a dos que saíram à rua. Os distúrbios eram a expressão desordenada de uma insatisfação bem mais generalizada e profunda. Não era obra dos “inimigos”. Se calhar, era obra dos que parecem militar nas próprias fileiras. Dos que assumem que fazer política é levar e trazer relatórios falseados para agradar aos chefes. A insatisfação dos mais pobres não tinha apenas a ver com preços de produtos. Essa revolta não era, afinal, apenas dos que vivem na pobreza absoluta. Outras pobrezas fizeram fumo no primeiro de Setembro.

USD 110 milhões para levantar 47 andares

No coração comercial da capital moçambicana

- A construção do edifício terá a duração de 36 meses e é pertença da Green Point Investment, Ltd

A maior torre de negócios, desde a Independência Nacional, será erguida na baixa da cidade, centro da cidade de Maputo. Trata-se do “Maputo Business Tower”, um edifício que, segundo os seus mentores, constituirá mais um símbolo de desenvolvimento nacional e será um ponto de convergência para os homens de negócio, turistas e cidadão comum.

Com efeito, o presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, procedeu nesta segunda-feira ao lançamento da primeira pedra para a construção do edifício, no espaço adjacente aos Correios de Moçambique e a Biblioteca Nacional. O acto de lançamento da 1ª pedra foi testemunhado por várias personalidades do governo e de instituições públicas e privadas.

A arma do eleitor não é voto

Há verdades supostas que se enraízam de tal forma a ponto de, quando a negamos, corrermos o risco de cair no descrédito, e sequer ser merecedor de leitura um texto intitulado pela negação. Pelo visto, amigo leitor, aqui o inverso ocorreu. A curiosidade, ou o desejo de chutar cachorro morto, já que um título como este, que contraria tudo o que escutamos até hoje, certamente é fácil de ser questionado, fez com que o amigo prosseguisse nestas linhas.

Serei curto e claro: se a arma do eleitor é o voto, carece ela de munição, ou tem atirado pela culatra. Será que devemos continuar a usá-la como estamos a fazer? Há quantas décadas nós, os brasileiros, temos usado contra nós isto a que chamamos de arma? Vivemos num País democrático, em que podemos votar livremente e expressar nossas opiniões, isso tudo com as ressalvas e defeitos de uma legislação que distorce o desejo do povo (pelo voto proporcional e pela inexistência de voto distrital ou financiamento público de campanha, por exemplo), e, mais ainda, com a ressalva dos desvios de conduta que levam a resultados indesejados.

NO MEIO DE TANTA FANFARRA SOBRE A FOME SERÁ POSSÍVEL ESQUECER O VALE DO ZAMBEZE?

Canal de Opinião: por Noé Nhantumbo

Compreender que as medidas tomadas ou ensaiadas pelo governo face à escassez de alimentos e alto preço de produtos é fácil como do conjunto de medidas anunciadas se pode perceber que o que agora se está a tentar fazer há muito tempo que já deveria ter sido feito. Mas lá diz o ditado: “Mais vale tarde do que nunca”. Pena é que o governo não tenha percebido – pese embora o primeiro aviso de 05 de Fevereiro de 2008 – que tem de trabalhar.
Mas no esforço de entender o significado amplo das tais medidas agora precipitadas e atabalhoadamente anunciadas, algumas interrogações surgem que merecem tratamento adequado sob risco de uma vez mais ficarmos por meias medidas sem aquele impacto de que o País tanto precisa nestes dias que primeiro se começou por dizer que era mal que nunca nos chegaria, mas que agora se admite que são realmente de “crise”.
Mas temos de compreender que a solução dos problemas, por mais complexos, não acontece pela única via de locação de recursos financeiros. Dinheiro só gera dinheiro com muito trabalho e boa gestão, sobretudo uma gestão austera.

Polícia já está apetrechada de meios de trabalho

– diz porta-voz do Comando da PRM da Cidade de Maputo, Sílvia Mahumane

Desde as manifestações de 1 a 3 de Setembro corrente que a Polícia na capital moçambicana, Maputo, e na Cidade da Matola, tem vindo a beneficiar de meios de trabalho que antes não dispunha, tais como viaturas de patrulha e escolta, rádios de comunicação, coletes, fardamento, bem como o reforço do próprio efectivo policial. O facto foi confirmado pela porta-voz do Comando da PRM da Cidade de Maputo, Sílvia Mahumane.
Mahumane foi muito breve ao abordar esta questão e, sem muitas evasivas, disse que se estava perante uma situação crítica, razão pela qual se tinha mesmo que dotar de meios a Polícia como forma de controlar as manifestações.
De acordo com a interlocutora a Polícia estava a trabalhar com poucos meios de trabalho e a maior parte desses meios era velha, no caso viaturas e outros.
Questionada sobre a falta de viaturas de patrulha e escolta em tempos passados mas recentes, Sílvia Mahumane disse que uma parte das viaturas que hoje circula, estava avariada, e as que circulavam, estavam em más condições de conservação. Tinham, segundo ela, problemas mecânicos.

(Conceição Vitorino)

 CANALMOZ – 21.09.2010

NOTA:

É difícil de acreditar que estes novos meios foram adquiridos nestas últimas duas semanas. Onde estavam? Em armazém?

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE

Pão subsidiado pelo Governo não chega à maioria da população

– considera o economista João Mosca

“As medidas anunciadas são medidas transitórias, que não vão resolver o problema. São medidas com efeito psicológico para acalmar a população e para atenuar de forma imediata o efeito do custo da vida. Agora vamos ver o que acontece no futuro. Para acontecer alguma coisa, grandes transformações teriam que ser operadas”, considera o economista, em entrevista exclusiva ao Canalmoz

O subsídio ao preço do pão que vai entrar em vigor a partir do dia 1 de Outubro próximo, não irá abranger a maioria da população consumidora deste alimento básico, nos centros urbanos. Em entrevista exclusiva ao Canalmoz, o economista João Mosca refere que ao subsidiar-se apenas os padeiros formais e filiados às associações de panificadores, o Governo está a deixar de fora muitos padeiros informais, mas que, na verdade, são a maioria dos vendedores do pão consumido pela população.
“As moageiras recusaram o acordo e o Governo foi fazer acordo com os padeiros formais. Mas do pão que se come em Maputo e em Moçambique, qual é a percentagem que é vendida pelos padeiros formais? A economia informal não vai ser subsidiada? Porquê? Qual é o preço que eles vão praticar se à porta da moageira o trigo é vendido ao mesmo preço?” Estas questões são levantadas pelo economista para demonstrar que o subsídio do pão poderá vir a não se reflectir na redução do preço do pão para a maioria da população.

PORTUGAL, A NATO, O ATLANTICO SUL E O ... BRASIL

Decorreu, recentemente, no Instituto de Defesa Nacional – casa onde não se discute futebol, novelas ou rock and roll, mas coisas sérias que interessam ao futuro do país – um seminário sobre o futuro conceito estratégico da Nato a que não é, certamente, estranha a próxima cimeira daquela organização, em Lisboa, em Novembro próximo.

O debate foi encerrado pelos ministro da defesa (MDN) português e pelo seu homólogo brasileiro, que estava de visita à terra de onde partiu um tal de Cabral, que haveria de arribar a Porto Seguro, por alturas da primavera de 1500.

Só por ter ouvido o ministro brasileiro valeu a pena a deslocação, mas já lá iremos.

Sem pretender tocar em tudo o que se debateu, direi que a focalização das intervenções se centrou na importancia que o “mar” parece ter voltado a ter para Portugal – e não só como projecção de poder, mas como exploração de recursos – e no “subito” interesse que o governo português passou a ter em mostrar a importancia que o Atlantico Sul deve ter para a Nato.

O que se passou, naquele ambito, naquele dia, mostrou à saciedade como, em politica, não se pode ter razão, infelizmente, antes de tempo. Mas, em Estratégia, pode e deve-se.

"A MINHA VISÃO"

Minha intervenção no III Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora, no passado dia 17 do corrente:

Sendo que no programa desta reunião se faz uma “Homenagem aos 35 anos da Independência de Moçambique”, aproveito a ocasião para dar a minha visão, embora breve, sobre este processo histórico.

No MOÇAMBIQUE PARA TODOS se encontra o maior repositório sobre a HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE pelo testemunho de portugueses, moçambicanos e não só.

Será a fase da sua história mais recente que aqui brevemente analisarei.

Se existe uma entidade territorial e política chamada MOÇAMBIQUE, é porque existiu um País, Portugal, que a construiu e contra muitos, especialmente ingleses e holandeses. Lhe deu um carácter e fronteiras.

 

Costumo fazer a seguinte comparação:

- Imagine-se um indivíduo: qual é a sua história? Quando começa? Como se desenvolve?

- Alguém o faz vir ao mundo: começará aí a sua história. Vai crescendo, vai-se formatando e chega à idade adulta. Aí, na generalidade, larga os seus progenitores, e procura o seu caminho. Mais tarde casa e forma a sua própria família. E é aqui, pela sua mudança de estado (solteiro/casado) que cria a sua maior responsabilidade. Mas, se ao mudar de estado, renega todo o seu passado incluindo os próprios pais, não mais será o mesmo indivíduo. E foi isso o que Samora (Frelimo) quis fazer. Contra tudo e contra todos, excepto os apaniguados e os medrosos.

África do Sul: ANC vai actuar contra a indisciplina interna

O PRESIDENTE do Congresso Nacional Africano (ANC), Jacob Zuma, abriu ontem os trabalhos do Conselho Geral Nacional do partido com um sério aviso aos que criam e promovem a indisciplina no seio do ANC, ameaçando “tomar medidas”.

Maputo, Terça-Feira, 21 de Setembro de 2010:: Notícias

“Não temos alternativa senão reintroduzir a disciplina no ANC. Se não o fizermos estaremos a enfraquecer cada fibra e a existência do ANC”, disse o presidente do partido no poder perante cerca de dois mil delegados e um milhar de convidados presentes na sessão de abertura do conselho geral nacional em Durban.

A mensagem de Zuma parece claramente dirigida ao presidente da Liga da Juventude do partido, Julius Malema. Nos últimos meses, Malema tem criticado vários dirigentes do ANC, incluindo Zuma, o movimento sindical e estruturas provinciais e nacionais do partido, apelando à nacionalização das minas.

Governo de Moçambique vai subsidiar em 200 meticais cada saco de farinha de trigo

O governo de Moçambique vai subsidiar em 200 meticais (5,5 dólares) cada saco de 50 quilos de farinha de trigo, ao abrigo das medidas de mitigação do custo de vida, anunciou sexta-feira o porta-voz do Conselho de Ministros.
Alberto Nkutumula precisou que o subsídio será entregue às padarias e não às empresas de moagem e acrescentou que a medida, que entrou imediatamente em vigor, não tem prazo estabelecido para a sua duração.
Instado a comentar se as padarias informais terão igualmente direito ao subsídio, o porta-voz do Conselho de Ministros foi peremptório quando afirmou que o subsídio será atribuído apenas aos operadoras formais, aqueles que dispõem de uma licença para o desenvolvimento de actividades comerciais.
O agravamento do preço de pão e de outros bens de primeira necessidade estiveram na origem de confrontos violentos ocorridos sobretudo em Maputo e Matola, no início deste mês.

Macauhub – 20.09.2010

Crise não é 'desculpa' para não cumprir Objectivos do Milénio

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou os líderes mundiais para não usarem a crise económica como uma "desculpa" para não cumprirem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, no que diz respeito à diminuição da pobreza.

Ao falar na cimeira em Nova Iorque para rever o progresso destes objectivos, Ban Ki-moon disse aos delegados que ainda é possível cumprir as metas antes de 2015, o prazo estabelecido há dez anos e mostrou-se contente com o que já foi conseguido até à data.

"Temos mais histórias de sucesso em relação ao desenvolvimento do que em qualquer outra altura", afirmou Ban Ki-moon.

"O impacto transformador dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio é uma proeza de que nos podemos orgulhar."

"GREVE DO PÃO"

Com algumas imagens chocantes, uma apresentação em .pps, sobre os acontecimentos do início de Setembro em Maputo e Matola, que circula na internet.

Pode demorar um pouco a abrir. Com som e sem avanço automático.

Veja aqui

http://www.macua.org/blog/greve.pps

 

ILHA DE MOÇAMBIQUE CELEBROU 192 ANOS

Cidade mais antiga do país

O s munícipes da Ilha de Moçambique festejaram, na última sexta-feira, a passagem dos 192 anos de elevação à categoria de cidade daquela que foi a primeira capital do nosso país (antiga província de Moçambique).

O ponto máximo dos festejos foi, além da tradicional deposição da corôa de flores no monumento aos Heróis Nacionais, orientada pelo governador Felismino Tocoli, a inauguração de uma exposição de artistas locais intitulada “Ilha e seus encantos”, que espelha as fases de desenvolvimento trilhados desde à sua promoção ao estatuto de cidade até ao nível de património histórico da humanidade outorgado pela UNESCO.

Os festejos da cidade mais antiga de Moçambique incluíram apresentações de grupos culturais locais e convidados, além de actividades desportivas, que se prolongam até ontem, domingo, com um espectáculo musical.

WAMPHULA FAX – 20.09.2010

Banca não está preparada a prestar serviços aos jovens

Em Moçambique

– refere a directora-geral da empresa “MB Consulting”, Mariam Omarji

O sector bancário em Moçambique ainda não está preparado para prestar serviços aos jovens empreendedores que de forma independente queiram criar e lançar projectos novos. Esta posição é defendida pela directora-geral da empresa “MB Consulting”, Mariam Omarji, que afirmou que a reabilitação e apetrechamento desta firma inaugurada quinta-feira última em Maputo, consumiu um milhão de dólares norte americanos, disponibilizados por amigos e familiares, depois do sector bancário ter-se recusado a financiar o projecto.
“O sector bancário em Moçambique não está preparado para prestar serviços a jovens empreendedores que queiram ser independentes e criar a sua própria fonte rendimentos. Se não tivesse tido apoio familiar não teria sobrevivido neste projecto. Existem outros jovens que não têm esta sorte, como é que eles vão desenvolver os seus negócios sem apoio da banca? - questionou.

Moçambique já não se safa com subsídios

Canal de Opinião: por João Manuel Bruno de Morais

Porque não pensarmos já, realmente, num Governo de Salvação Nacional?

Sabemos o que aconteceu há dias no nosso país. Sabemos que ocorreu uma “manifestação popular” de novo género e de cujas consequências os afectados estão ainda a refazer-se! Foi sem margens para dúvidas uma “manifestação inesperada”, que vai, mais tarde ou mais cedo, deixar o país vai acabar por falir sem retorno. Mas afinal, o que queriam os manifestantes?! Essencialmente reclamam por comida, reclamam contra a alta de preços dos produtos básicos. Tem fome. Não tem trabalho e não vêem o governo capaz de lhes proporcionar saída.
Assim, parece-me ser este acontecimento um aviso de que o governo esta altamente atrasado em relação à aceleração do custo de vida.
Este novo tipo de manifestação só nos diz que o governo não esta a pensar.
As crianças por aí estão dizendo: “Temos medo do futuro. O que nos ensinam, afinal serve para quê? ”
Serão os “subsídios” a isto ou aquilo a solução para todos os nossos males sociais?
Dêem as voltas que derem, haverá sempre “governantes” que não percebem nada de economia e vão passar os próximos dias da sua vida político profissional a criarem burocracia, carimbos, impressos, mudando apenas umas palavritas, idênticos e sem alterações relevantes, que mais não servirão do que para entreter o povo e parecer que governam.

Comentários do Dr. A.D.Zengazenga a "Vivemos a primeira guerra civil?", de Mia Couto

0 Sr. Mia Couto, no seu trabalho de 13.08.2010 afirmou entre outras coisas não menos importantes:"A guerra com a Renamo não foi exactamente uma “guer­ra civil".Foi um conflito importado de fora, em que forças militarizadas ele­geram quase sempre alvos civis, escolhidos sem claro critério político ou ideológico. Hoje, pela primeira vez, grupos civis atacam sistematicamente não apenas outros civis, mas, sobretudo_, quem no exercício da autoridade, pretende consolidar uma sociedade regida pela justiça e pela transparência. Esta É uma guerra civil. Silenciosa. Mas mortal".

É com muito respeito e tranquilidade que me lanço nesta arena de gladia­dores, embora não signifique de nenhum modo que vou deixar ilesas as afirma­ções deste ilustre literato.

A Frelimo é um partido de segredistas. Basta ver o que aconteceu com os inquéritos que a Polícia Tanzaniana e Scotland Yard fizeram sobre a morte de Eduardo Mondlane. Os resultados nunca foram publicados. Por conseguinte, é em vão esperar que as perguntas do Sr. Mia Couto serão devidamente res­pondidas. Os criminosos continuarão a operar incolumemente em proveito dos envolvidos, em prejuízo do Estado, que o Sr. Mia Couto chama de Direito, que é  Moçambique.

Conhecimento tradicional e propriedade intelectual

Esconder para preservar

- Diz Narciso Mahumana, presidente da Organização de Promoção da Medicina Tradicional (PROMETRA)

Por Salane Muchanga

Assinalou-se a 31 de Agosto o Dia Africano de Medicina Tradicional, e o décimo aniversário da adopção em Ouagadougou, no Burquina Faso, da Estratégia Regional para a Promoção do Papel da Medicina Tradicional nos Sistemas de Saúde. SAVANA entrevistou o nhamussoro (uma espécie de provedor de medicina tradicional) Narciso Mahumana. Mestrado em Antropologia Médica, no penúltimo ano do Doutoramento, e Presidente da PROMETRA, Mahumana respondeu diversas questões sobre a medicina tradicional em Moçambique. Entende que os médicos tradicionais escondem os seus conhecimentos como estratégia de preservar os direitos de propriedade intelectual e o património cultural.

Qual é a base e o fundamento da medicina tradicional africana?

Até à próxima crise em Moçambique

Por Fernando Lima*

Nunca o nome de Samora Machel foi tão citado como nos dias conturbados por que passa Moçambique, depois das manifestações populares que causaram 13 mortes, na capital.

O evocar do Presidente que trouxe a independência ao país, sugere uma explicação complementar para os distúrbios convocados por mensagens de sms e destinados a protestar contra a alta do custo de vida. Com um toque messiânico, na opinião popular, Samora «não deixaria chegar as coisas onde chegaram», enfatizando o afastamento do Governo e da pequena elite que o apoia dos mais desfavorecidos, a corrupção e as negociatas em que estão habitualmente envolvidas as hierarquias do poder e a relativa opulência dos dirigentes do país que já foi orgulhosamente marxista-leninista, mas que continua a estar na cauda dos índices de desenvolvimento internacional, não obstante a assinalável performance económica verificada na última década.

Se um tecnocrata mediano pode concluir como inevitáveis os aumentos dos preços de água, electricidade, pão e combustíveis face à conjuntura internacional, a forma como foi gerida a crise em crescendo demonstra um grande autismo e incompetência da cúpula à frente dos destinos do país.