INVESTIDORES nacionais e estrangeiros vão ser envolvidos na produção de alimentos em grande escala na presente campanha agrícola de 2010/2011 para o consumo interno e para a exportação a nível da província de Gaza, com principal destaque para cereais como milho, arroz e trigo. Entre os investidores estrangeiros a intervir no processo estão os farmeiros sul-africanos, zimbabweanos, italianos, alemães e chineses que terão como pontos centrais da sua intervenção as regiões com excelentes condições hídricas, nomeadamente em Chókwè, Xai-Xai, Chibuto e Mabalane.
O governador da província de Gaza, Raimundo Diomba, disse em entrevista ao nosso Jornal que a intervenção daqueles investidores no sector agrícola insere-se nos esforços que vêm sendo empreendidos pelo Governo com vista a reduzir a dependência alimentar do país do exterior. Referiu que a este conjunto de intervenientes na produção agrícola em moldes comerciais também irão se juntar os agricultores locais que desta forma se beneficiarão de experiências necessárias e da transferência de tecnologias contribuindo assim para o aumento da produção e da produtividade.
Para a presente campanha agrícola, o Executivo de Gaza espera que sejam produzidas 2300 mil toneladas de produtos diversos, com particular destaque para cereais.
Para o efeito, farmeiros sul-africanos já se encontram instalados em Chókwè onde, numa primeira fase estão a preparar uma área de pouco mais de mil hectares para a produção de cereais como milho, arroz e trigo, associando-se assim aos esforços que estão a ser desenvolvidos pelos produtores locais, nomeadamente uma companhia denominada MIA que no rol das suas intervenções está envolvida na produção de cevada para alimentar a indústria moçambicana de produção de cerveja.
Segundo o governador provincial de Gaza, para esta actividade a referida empresa já trabalhou, a título experimental, na temporada agrícola finda uma área de pouco mais de 250 hectares.
Paralelamente, ainda de acordo com Raimundo Diomba, extensas áreas foram cedidas na presente campanha agrícola a produtores privados de origem italiana na região de Lumane, no perímetro irrigado de Xai-Xai.
Ainda no regadio de Xai-Xai há uma presença de investidores chineses que, para além de procederem à transferência de tecnologias para os agricultores locais apoiam-nos em equipamentos o que poderá contribuir para o incremento da produção do arroz. Neste momento, está numa fase bastante adiantada o processo de instalação do parque de máquinas agrícolas para o impulsionamento da actividade agrícola na região.
“Uma mais-valia nestas novas parcerias com empresas nacionais e estrangeiras de produção de alimentos, tem a ver com o facto de incorporarem nas suas intervenções a componente agro-processamento o que vem, sem dúvidas, a dar uma lufada de ar fresco aos esforços dos nossos produtores que encontravam muitas dificuldades de colocação do seu produto junto dos industriais”, disse Diomba.
Em Chókwè, alguns agricultores do sector comercial, segundo a nossa fonte, decidiram igualmente aliar à actividade agrícola a componente de comercialização, o que é tido, na chamada capital económica de Gaza, como um sinal visando dar resposta às preocupações nesse âmbito que sempre apoquentaram os produtores depois das colheitas.
Tudo isto, de acordo com aquele governante, está a decorrer numa altura em que se prepara a reabilitação de mais sete mil hectares no regadio de Chókwè cujo concurso foi já lançado para o apuramento da empresa que irá realizar os trabalhos naquela infra-estrutura.