VÃO ser necessários seis milhões de dólares para reabilitar e expandir o sistema de drenagem e saneamento na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, de acordo com um estudo de viabilidade e avaliação de impacto ambiental apresentado esta semana naquele ponto do país, no quadro de um projecto financiado pelo Millenium Challenge Corporation (MCC).
Para reverter a situação em que se encontra a cidade de Pemba, pretende-se a reabilitação completa da rede de drenagem de águas pluviais, incluindo a limpeza das valas e colectores situados nos passeios, uma componente que vai abranger os bairros Eduardo Mondlane, Ingonane, Natite, Alto Gingone, Cariacó e Paquitequete, na zona da cidade de cimento assim como outras áreas peri-urbanas com problemas de erosão ou inundações, com destaque para Paquitequete e outras zonas a serem indicadas pelo conselho municipal.
Com vista a melhorar a situação actual de saneamento, o projecto propõe a construção de uma rede de esgotos que irá recolher as águas residuais e conduzi-las até a uma estacão de tratamento a localizar-se no bairro de Natite, antes da sua descarga no mar, cuja colecta será feita através de uma rede separativa das águas pluviais.
Por outro lado, segundo o estudo, para além dos colectores serão construídas infra-estruturas complementares, nomeadamente as câmaras de visita de ramal de ligação a serem feitas ao longo dos mesmos.Pretende-se corrigir a actual situação caracterizada pelas descargas, sem tratamento, das águas negras de parte da cidade de cimento, servida por um sistema unitário, o despejo no mar de água tratada por fossas sépticas na faixa urbana da costa norte e a penetração lenta dos nutrientes provindo das latrinas e drenos das fossas dos bairros peri-urbanos situados nos declives da cidade.
Na verdade, alguns pontos de descarga estão entupidos por lixo e vegetação, criando estagnação de água e danificação da via durante o período chuvoso, criando inundações que são características do bairro de Paquitequete, localizado quase ao mesmo nível das águas do mar.
No bairro de cimento e na zona urbanizada do bairro Eduardo Mondlane, o saneamento é feito maioritariamente por fossas sépticas individuais (nas moradias) e colectivas (nos prédios) e a contaminação das águas subterrâneas tem incidência na saúde, nos casos em que a população faz poços manuais ou quando as condutas de abastecimento de água são atingidas por aquelas, o que periga a saúde pública.
Com estas medidas, pensa-se que se pode salvar a imagem duma cidade costeira que aposta no turismo para o seu desenvolvimento futuro, pondo de lado os fenómenos que ora tornam as praias menos atractivas e prejudicam o crescimento do coral, decorrente do facto de a cidade se encontrar cercada e com limitada capacidade de assimilação de nutrientes e patogénicos. Os estudos dizem que o desenvolvimento das algas que afecta as praias de Pemba, justificam o facto de o mar ter chegado a ponto de saturação.
- Pedro Nacuo