A pobreza material, espiritual e de mentalidade que assola SãoTomé e Príncipe está a ser visível a todos os níveis. Os líderes políticos com influência na Assembleia da República e demais instituições do país estão distraídos ou fingem não ver determinados factos que ocorrerem no país que brigam com a segurança e liberdade futuras dos são-tomenses.
Estamos resumidamente a falar dos empreendimentos e parcelas de terras na cidade de SãoTomé. É urgente que o Estado faça algo que defina os critérios de venda de espaços de terras aos estrangeiros, sejam eles privados ou públicos. Numa pequena ronda, qualquer pessoa pode constatar que a cidade de SãoTomé e seus arredores poderão, muito breve, transformar-se em propriedades dos estrangeiros. Libaneses e nigerianos, estarão na linha da frente e nem alguns apoios dão às instituições sociais de natureza não lucrativa.
O país é muito pequeno e a onda de venda de espaços, não seria ideal.
Quem quiser vir a SãoTomé desenvolver os seus negócios, por exemplo, de venda de géneros de primeira necessidade e outros produtos deveria arrendar espaços e não comprá-los. E aqueles que quiserem desenvolver indústrias ou outros negócios produtivos e mais rentáveis ao desenvolvimento, deveriam ter outro tratamento na aquisição de espaços. Mas isso é uma matéria discutível que deveria, em primeiro lugar, salvaguardar as oportunidades aos futuros são-tomenses.
Não se pode admitir que um são-tomense bem sucedido no estrangeiro, e que queira vir à sua terra investir, dificilmente encontra uma parcela de terra disponível. Tudo está vendido ou tudo está reservado para estrangeiro que dê mais dinheiro. Por isso, é urgente que o Estado pare com essa anomalia e defina os critérios de venda de terra e espaços aos estrangeiros.
Cada dia que passa, os são-tomenses na sua própria terra estão a ser escravos dos estrangeiros, porque as oportunidades de pequenos negócios aos são-tomenses estão a desaparecer. Oportunidade de comércio aos nacionais está a desaparecer em favor dos estrangeiros que só vêm vender seus produtos, muitos dos quais de baixíssima qualidade.
O próprio Estado já anda à procura de espaços na cidade para construção de infra-estruturas públicas, porque tudo já está vendido.
Veja só, por exemplo para as ex-instalações de Bengue Dóxi, Náutico e Feira do Ponto, locais que deveriam ser preservados para se erguer mais infra-estruturas que serviriam outros interesses do Estado.
Essas são uma espécie de “dicas” que devem merecer tratamento de instituições competentes. Quem mais negócios de comércio está a fazer em SãoTomé e Príncipe, onde, como e se os mesmos estão a levar algum desenvolvimento ao são-tomenses e ao Estado?
Os governos falam de desenvolvimento do país. Trata-se de um desenvolvimento que não se pode excluir a participação de estrangeiros, mas esse desenvolvimento tem que ser visto numa perspectiva empresarial de carácter produtivo que promova a criação de várias pequenas indústrias e empresas de prestação de serviço. E isso só permite a criação permanente de vários postos de trabalho a diferentes níveis de formação do cidadão que daí também estimula o desenvolvimento de outras iniciativas de carácter produtivo.
Hanek
O Parvo – 26.11.2010