OS elevados índices de precipitação que fustigaram Chókwè, na primeira semana de Novembro corrente, seguidas de chuvas intermitentes, inundaram acima de 100 hectares de tomate, provocando, deste modo, a perda de mais de 3000 toneladas daquele produto.
De acordo com informações facultadas à nossa Reportagem pelo administrador distrital, Alberto Libombo, Lionde e Chilembene foram as zonas agrícolas mais atingidas por essa intempérie, estando, entretanto, a ser efectuados levantamentos para uma avaliação mais exaustiva das dimensões da tragédia que atingiu a chamada capital económica de Gaza.
Segundo pudemos apurar na deslocação a Chókwè junto dos agricultores da região, a opção pela produção de hortícolas e, com particular ênfase para o tomate, era tida como uma eventual tábua de salvação para o descalabro a que muitos agricultores foram sujeitos com as perdas recentemente registadas na produção de arroz, por razões similares das que agora dizimaram a produção de tomate.
Dados em nosso poder indicam que as perdas registadas resultantes da inundação dos campos, ascendem a mais de 30 milhões de meticais, uma situação que, eventualmente, poderá vir a agravar ainda mais a crónica situação de endividamento em que está mergulhada a maior parte dos agricultores daquela região.
“Está entre nós um grupo de representantes da USAID para, em conjunto, encontramos formas de financiamento por forma a continuarmos com este desafio e acreditamos que algo poderá ser feito no sentido de minorarmos os efeitos das percas que tivemos. Comercializei uma parte da minha produção de tomate, mas os prejuízos são, sem dúvidas, enormes porque muito tomate ficou em campo”, disse Lionde Daniel Dimas, agricultor de Chókwè.
Referiu que na presente temporada trabalhou uma área de 21 hectares, da qual apenas, 1 hectare é que não ficou submerso.
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“Não posso, de forma nenhuma, falar de uma eventual subida de preços por falta de tomate porque, felizmente, temos zonas como Macarretane, que não foram atingidas por estas inundações por se encontrarem num plano relativamente mais alto que Lionde e Chilembene. Contudo, este é sempre um motivo de preocupação, porque era nosso desejo que o tomate nacional dominasse o mercado por estas ocasiões e que o importado pudesse estar em segundo plano”, disse o administrador Libombo.
O nosso entrevistado, reiterou o facto de os dados ora lançados serem preliminares, tendo dito ainda que para além do tomate perdido quantidades ainda não especificadas de outras hortícolas, como cebola, cenoura, pepino, pimento, entre outras, são dadas por perdidas.
- Virgilio Bambo