A CIDADE da Ilha de Moçambique, província de Nampula, vai ter de esperar cerca de dois anos para ver ultrapassadas, definitivamente, as dificuldades acentuadas com que se debate neste momento no tocante ao acesso à água potável, particularmente nos seus habitantes, estimados em mais de 50 mil os quais se abastecem através de fontes alternativas maioritariamente poços cujo liquido que é consumido não passa por um tratamento adequado.
O director da empresa de aguas da Ilha de Moçambique, André Kanimala revelou que foram arrolados os trabalhos cuja execução é de carácter prioritário com destaque para a construção de uma nova conduta adutora paralela visando reforçar a capacidade de bombagem do precioso liquido aos centros de tratamento e destes aos consumidores.
O arrolamento dos trabalhos e das necessidades materiais foi feito em parceria com o governo distrital e provincial o qual potência a colocação de válvulas de descarga ao longo da conduta adutora, em funcionamento, com uma extensão de cerca de 27 quilómetros para facilitar a descarga de lama que se encontra no interior daquele equipamento e que concorre para a redução da sua capacidade de transporte de água.
Entretanto a concretização deste objectivo está sendo emperrado em razão do mercado nacional não dispor de equipamento adequado para construção de uma conduta adutora a altura de garantir o transporte de agua correspondente as necessidades da Ilha de Moçambique que passou de Oito mil habitantes a vinte anos para cerca de 50 mil actualmente.
Neste momento aguarda-se pela resposta a uma solicitação de material feita junto a empresas vocacionadas na vizinha República da África do sul. Segundo André Kanimala, a despesa com a importação do referido equipamento será suportada pela direcção nacional de águas.
O entrevistado destacou que a substituição e ampliação da rede de distribuição de agua a cidade da Ilha de Moçambique, primeira capital do país, é outra prioridade “porque parte maioritária da tubagem da cidade está danificada por ter suplantado o seu período de vida útil aliado a falta de manutenção”.
A disponibilidade de agua na rede de distribuição urbana é feita por gravidade a partir da estação elevado localizada na zona insular do município e para garantir o seu fornecimento regular aos consumidores numa altura em que a demanda cresce continuamente em razão da implantação de infra-estruturas de turismo e hotelaria urge garantir a curto prazo a reabilitação do deposito elevado de acordo com a nossa fonte.
Na região continental do Lumbo onde se assiste um movimento de construções de infra-estruturas habitacionais e comerciais foi projectada a construção de um segundo deposito elevado cujo projecto elaborado a alguns anos não foi implementado até o momento por factores que se prendem com alegada escassez de fundos por parte da edilidade.
Não obstante a abundância de agua na lagoa onde está montada a estação de captação a 27 quilómetros da Ilha o precioso liquido escasseia nos últimos tempos naquele município que vive permanentemente sob ameaça de eclosão de surtos de diarreias agudas incluindo a cólera em razão de praticas que colocam em perigo a saúde publica sobretudo o fecalismo a céu aberto que está próximo do seu controlo.
Antes do dia despertar, munícipes com latas a cabeça deambulam pela cidade a procura de fontes alternativas dominadas por poços a céu aberto onde se digladiam para obter cerca de Vinte litros de água salubre que não satisfaz as necessidades da família. Mas o pior de tudo segundo constatação da nossa reportagem a mesma agua não sofre qualquer tratamento com todos riscos para a saúde dos consumidores.
- Carlos Tembe