UMA nova unidade fabril vocacionada ao processamento de chá, vai entrar em funcionamento a partir de Março do próximo ano na vila fronteiriça de Espungabera, distrito de Mossurize, em Manica. O empreendimento, pertencente a MOZ TEA, uma sociedade de capitais mistos, nacionais e estrangeiros, envolvendo sócios de Moçambique e da Itália, Brasil, Zimbabwe e África do Sul, vai ser operacionalizado com apoio financeiro da União Europeia que, para o efeito, desembolsou mais de 500 mil dólares norte-americanos.
Com este montante, segundo Daniel Kandidja, coordenador do projecto, a MOZ TEA pretende erguer um edifício fabril, adquirir equipamento de processamento e construir um armazém para matéria-prima e para produtos acabados.
Segundo testemunhamos no local, já arrancaram e estão já na fase conclusiva, as obras de construção do edifício fabril ao mesmo tempo que foi adquirida grande parte do equipamento de processamento e comprado o armazém da Mozambique Life Tobaco (MLT), no valor de 25 mil dólares norte-americanos.
Com uma capacidade instalada de 800 toneladas de chá por ano, a fábrica irá empregar 50 trabalhadores, na sua maioria mulheres, para além de outros 12 operários eventuais contratados, preferencialmente, para atender o projecto de construção da fábrica.
A matéria-prima a ser usada na laboração desta unidade de processamento, segundo Daniel Kandijdja, vai ser adquirida nas comunidades locais, tendo já sido identificados 780 produtores com uma área global de 150 hectares de chá.
Para além da produção chazeira do sector familiar, aquela empresa pretende abrir 400 hectares para o plantio de quatro milhões de mudas de chá a serem estabelecidas nos próximos quatros anos nas regiões de Ziquite, Mufundisse, Chincono, Mbucuta, Muruma e Tafara.
A MOZ TEA já possui o título Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) para 61.8 hectares na localidade de Espungabera, facto que implicará a identificação de terrenos adicionais para cobrir os 400 hectares planificados.
Falando por ocasião da sua recente visita àquele empreendimento, a governadora de Manica deplorou a morosidade das obras e criticou o que chamou de “falta de seriedade” no seio dos mentores da iniciativa, facto que afirmou concorrer para a não conclusão das obras dentro do prazo previsto.
Na verdade, segundo Ana Comoane, as obras da edificação da fábrica deveriam ser concluídas em Dezembro próximo estando, neste momento, a registar um atraso considerável, razão pela qual só poderão ser entregues apenas em Março de 2011.
- Víctor Machirica