O GOVERNO do distrito de Marrupa conseguiu, em apenas três meses, reaver mais de 200 mil meticais que há muitos anos se encontravam na posse de alguns mutuários do Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (FIIL), vulgo “sete milhões de meticais”, contra os 500 mil reembolsados em cinco anos.
O administrador distrital, Iazalde das Neves Ussene disse que a recuperação daquele montante resulta da dinâmica que vem sendo empreendida pelo seu executivo depois de muitos anos de letargia.
O segredo do sucesso, segundo a nossa fonte, está na comunicação com os beneficiários. “Depois do período da nossa adaptação, iniciamos contactos com os beneficiários para entendermos as razões do fraco reembolso. A primeira percepção que tivemos é de que a maioria dos mutuários ainda não tinha entendido os objectivos pelos quais o governo alocou os sete milhões de meticais aos distritos”, esclareceu.
Enquanto decorria a auscultação, as autoridades distritais iam, em paralelo, revendo alguns contratos que, segundo a nossa fonte, não estavam ajustados à realidade dos projectos. Exemplificando, Ussene referiu-se à diversidade dos projectos, explicando que não era justo exigir que um cidadão que pediu dinheiro para produzir jatropha, reembolsasse o valor no mesmo período que um beneficiário que se prontificou a comercializar produtos agrícolas ou manufacturados.
Percebidas as causas, o governo distrital formou equipas técnicas para fazerem algumas emendas aos contratos, que incluem alguns compromissos e responsabilização aos beneficiários em caso de não honrarem com os seus deveres. “Este trabalho de monitorização está a ser feito no terreno e envolve, igualmente, líderes comunitários. Podemos afirmar com segurança que o nosso trabalho está a trazer resultados acrescidos nunca antes conseguidos”, disse.
Num outro desenvolvimento, Ussene deu a conhecer que está a ser feito um aturado trabalho visando reduzir substancialmente o conflito homem/fauna bravia que, todos os anos, movimenta populações dum lugar para outro à procura de zonas seguras.
- André Jonas