O VIZINHO Malawi é o maior importador informal do milho produzido em Moçambique, indicam estatísticas sobre comércio transfronteiriço.
Este cenário faz com que sejam os malawianos a determinar os preços de compra deste cereal, o que levou, por exemplo, à queda dos preços no distrito de Milange, na província central da Zambézia.
Em Outubro último, por exemplo, 40 porcento do milho produzido no país foi exportado para o Malawi, noticiou a Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional de radiodifusão.
Nos últimos anos, o Presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika, tem vindo a vangloriar-se de que o seu país está a produzir milho suficiente para o consumo interno e para a exportação.
Existem evidências segundo as quais a maior parte do milho que o Malawi alega produzir provem dos distritos de Angónia e Tsangano, na província de Tete, Morrumbala e Milange, na da Zambézia, bem como Entre-Lagos, Mecanhelas, Ngauma e Mandimba, na província do Niassa. Todas estas províncias fazem fronteira com o Malawi.
Depois de chegar ao Malawi, o milho moçambicano é incorporado nas estatísticas daquele país como se fosse a sua própria produção.A maior parte do milho moçambicano acaba parando no Malawi devido à ineficiência dos circuitos de comercialização agrícola em Moçambique, em particular nas regiões fronteiriças.
Devido à necessidade de dinheiro para a sua sobrevivência, alguns camponeses moçambicanos acabam vendendo todos os seus excedentes ao Malawi, propiciando o surgimento de bolsas de fome em algumas zonas.
O milho é a base de alimentação dos malawianos, sendo Moçambique uma espécie de principal celeiro daquele país vizinho.
- AIM